A secretária especial da Cultura, Regina Duarte, decidiu nesta quarta-feira (6) que irá continuar no governo de Jair Bolsonaro. A atriz se encontrou pela manhã com o presidente e os dois participaram de uma reunião no gabinete no Palácio do Planalto. Também participaram do encontro Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo (pasta à qual a Secretaria da Cultura é subordinada), Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, e assessores do governo.
Desde que assumiu a função, a atriz tem sido alvo da ala ideológica do governo Bolsonaro. O escritor Olavo de Carvalho, antigo apoiador da nomeação, já afirmou ter cometido uma “cagada” ao avalizar o nome de Regina para a função quando esta foi empossada.
O último episódio da tensão foi na recondução e demissão do maestro Danto Mantovani da presidência da Funarte (Fundação Nacional de Artes). Na terça-feira, o governo publicou a nomeação no Diário Oficial. A nomeação foi revogada no mesmo dia.
Mantovani é visto como ligado a Olavo de Carvalho. Regina o demitira da Funarte em 4 de março, quando assumiu a Secretaria da Cultura. Ele ficou conhecido por associar o rock a aborto, satanismo, sexo e drogas. “O rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo”, disse, em vídeo publicado no YouTube.
Depois deste imbróglio, Regina chegou a expressar preocupação com um possível desembarque da pasta. Em áudio publicado pela revista Crusoé, na segunda-feira, dia 4, Regina Duarte comenta: “Acho que ele (Bolsonaro) está me dispensando”. A reunião desta quarta-feira dissipou, por enquanto, os ruídos de demissão.