Maior bancada da Câmara, com 99 deputados, o PL avalia pedir o adiamento da votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados e orientar voto contrário ao projeto, se o texto for analisado nesta quinta-feira (6).
A informação foi dada pelo líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), e por outros parlamentares, após uma reunião em Brasília que juntou deputados e senadores do partido, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O g1 apurou que, durante a reunião, alguns parlamentares defenderam o fechamento de questão contra a reforma, isto é, a possibilidade de deputados serem punidos se votarem a favor do texto. No entanto, a ideia não teria prosperado, diante do reconhecimento de alguns votarão favoravelmente.
Assista:
Discutida há cerca de 30 anos no Congresso Nacional, a reforma tributária tem unido esforços de integrantes do governo Lula, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de governadores e entidades.
Diante de divergências sobre o conteúdo a ser votado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o relator do texto, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), têm feito diversas reuniões a fim de buscar um texto de consenso.
A expectativa de Arthur Lira é que a proposta seja votada nesta quinta-feira, em primeiro turno – por se tratar de emenda à Constituição, o texto deve ser submetido a dois turnos.
O entendimento do PL
Segundo os parlamentares do PL, o projeto, na versão atual, tem mais de 140 páginas e, por isso, a votação deveria ser adiada. Eles argumentam que, com um prazo maior, os deputados poderiam ter mais conhecimento sobre a proposta.
E dizem que, se Arthur Lira não adiar a votação, a orientação será voto contrário à proposta.
Clima ‘tenso’
Na condição de anonimato, alguns parlamentares relataram ao g1 que o clima da reunião ficou “tenso” em alguns momentos, principalmente durante o discurso do governador de São Paulo, favorável à reforma.
Segundo esses deputados, Tarcísio foi interrompido durante sua fala, mas não chegou a ser hostilizado ou vaiado. O governador e Bolsonaro tiveram uma reunião a sós antes do encontro com a bancada do PL.
O blog da jornalista Andreia Sadi apurou que Bolsonaro se “enfureceu” com as declarações de Tarcísio a favor da reforma e criticou durante o governador de São Paulo.
Segundo a jornalista, durante a reunião com a bancada do PL, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, precisou intervir em meio às críticas dos apoiadores de Bolsonaro.