Já são cinco nomes próximos da degola na reforma ministerial que deve acontecer no início de 2020. Abraham Weintraub (Educação) já está com um pé fora segundo a revista IstoÉ. A publicação diz que sua atuação estridente voltada para as redes sociais agrada o Planalto, mas a gestão é sofrível.
O presidente ficou irritado com a baixa execução orçamentária em áreas sensíveis como alfabetização e ensino básico, por inação de Weintraub. Ele está em férias desde o afastamento de auxiliares próximos e a aposta em Brasília é que nem volte em janeiro.
O almirante Bento Albuquerque ( Minas e Energia ), apesar de ser um bom quadro técnico, desagradou parte do Congresso por se recusar a fazer concessões aos parlamentares.
Marcelo Álvaro Antônio ( Turismo ), pivô da crise dos candidatos-laranja, está há tempos na mira do presidente, que só não o afastou para não passar recibo pelo escândalo que atingiu sua candidatura presidencial.
O titular da Casa Civil , Onyx Lorenzoni (DEM-RS), é mantido pela fidelidade ao presidente. Mas tem tido uma atuação apagada e foi escanteado da articulação política.
O general Luiz Eduardo Ramos ( Secretaria de Governo ), que deveria fazer o meio de campo com a Câmara e o Senado, tem tido dificuldades em azeitar a relação com os partidos no Congresso. Por isso, virou vítima do fogo amigo do próprio Planalto. No seu lugar, pode ser nomeado um amigo pessoal de Bolsonaro: o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF).
O objetivo da mexida é melhorar a articulação política e facilitar a vida do governo no Congresso, mas dificilmente ela vai mudar o quadro atual. O presidente continua priorizando amizades pessoais, desconfia dos partidos e se recusa em ampliar sua base de sustentação. Ao contrário, declarou guerra aos seus ex-aliados do PSL.
Assim, Bolsonaro continuará refém do Congresso para tocar as reformas que podem garantir o crescimento e facilitar o seu próprio governo.