O desenho da divisão do Ministério do Desenvolvimento Social, alvo de cobiça do Centrão, já está pronto. No novo possível organograma, o PT manteria o ministério com o nome atual, tendo sob seu guarda-chuva o Bolsa Família, os programas de segurança alimentar e o Cadastro Único, banco com os dados de todos os beneficiados por programas sociais.
Já o Centrão, segundo Octavio Guedes e Guilherme Balza, da GloboNews, ficaria com um ministério focado na Assistência Social, responsável pelos Centros de Referências Sociais (Cras), os Centros Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e o Fundo Nacional que concentra as emendas parlamentares.
Com isso, os partidos aliados conseguiriam o que mais querem: controle sobre as emendas e um ministério com capilaridade, já que os Cras estão presentes em praticamente todos os municípios do país.
Apesar do desenho pronto, isso não significa que se tornará realidade. O PT luta com unhas e dentes para não perder um milímetro de poder na área social, sua mais importante bandeira e chamada de coração do governo pela primeira dama Janja.
Grupos históricos do PT não tem muita simpatia pelo atual ministro, porque gostariam de ver à frente da pasta o Secretário Nacional de Assistência Social, André Quintão. Político mineiro, ele é do grupo de Patrus Ananias, um dos nomes mais respeitados no partido quando o assunto é assistência social.
Pelo que o blog apurou, Wellington pode estar sofrendo de fogo amigo e inimigo, mas também cometeu erros. O R$ 1,5 bilhão que ele “herdou” do orçamento secreto foi todo direcionado para as prefeituras. Dias lançou um edital e 5.411 cidades apresentaram 9 mil projetos.
Qual o problema? Não sobrou dinheiro para emendas parlamentares. Como o resultado do edital ainda não saiu, o ministério ainda não atendeu nem a prefeitos nem a deputados. Daí as reclamações que Lula tem feito sobre seu ministro.