A proposta do governo de Jair Bolsonaro para a reforma da Previdência só deve ser apresentada após a eleição das presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, afirmou nesta última segunda-feira (21) o vice-presidente Hamilton Mourão, que exerce interinamente a presidência da República.
“Acho que apresentada só depois da eleição para a presidência da Câmara e do Senado”, disse o vice-presidente, questionado sobre a reforma por jornalistas. Mourão ocupa a Presidência interinamente pois Bolsonaro está em Davos, na Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial.
Câmara e Senado reúnem-se do dia 1º de fevereiro para escolher os presidentes e a composição das mesas diretoras das duas Casas.
Mais cedo, o presidente em exercício defendeu a tributação das pensões de viúvas de militares na reforma da Previdência, bem como um aumento do tempo de contribuição dos militares para 35 anos dentre as mudanças a serem propostas pelo governo.
Sobre o caso das movimentações financeiras atípicas do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, e do ex-assessor dele Fabrício Queiroz, Mourão reforçou a tese de que o assunto não diz respeito ao governo e negou que o tema tenha influência nas negociações sobre a reforma da Previdência.
“Vou responder pela enésima vez… esse problema é um problema do senador Flávio Bolsonaro e do assessor dele”, disse o presidente em exercício, aproveitando para negar que o assunto preocupe o governo.
“Não, o governo, não. Pode preocupar o presidente, como pai, em relação ao filho, né. Todos nós nos preocupamos com os nossos filhos. Acho que talvez isso aí. Apesar dele não ter me dito nada a respeito.”
Segundo o vice-presidente, o discurso de Bolsonaro em Davos deve focar nas reformas da área econômica que o governo pretende promover, principalmente a reforma da Previdência.
“E também mostrar que ele não é o Átila, o huno, que ele é mais um brasileiro que nem nós”, disse Mourão, em referência ao conquistador que avançou pela Europa no Século 5.