Nesta primeira semana de recesso dos parlamentares está marcada pelas discussões em torno da Reforma da Previdência – Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019 – e, especificamente, da reinclusão de Municípios e Estados. Com as articulações entre parlamentares e gestores municipais e estaduais para garantir a mudança quando a matéria chegar ao Senado Federal, a mídia tem repercutido declarações de atores importantes.
Entre eles, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o provável relator, Tasso Jereissati (PSDB-CE). “Se o relator tem o desejo de incluir, e havendo esse sentimento do Senado, como Casa da Federação, espero que possamos debater e incluir Estados e Municípios na nova Previdência”, ressalvou Alcolumbre, que é favorável à medida.
Jereissati acredita que a melhor estratégia, para não atrasar a tramitação da Reforma, é apresentar uma segunda PEC estendendo aos 27 Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) estaduais e 2.108 municipais as novas regras. “Acho que estamos todos convencidos de que a introdução dos Estados e Municípios é essencial para que a reforma seja completa”, justificou o relator.
Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), declarou nesta terça-feira, 16 de julho, que espera concluir a votação em dois turnos até 20 de setembro. “Nós trabalhamos com um prazo de 45 dias a partir da chegada da reforma aqui no Senado. Eu acredito que o governo deverá ter aqui entre 54 e 60 votos”, afirmou.
Sobre a segunda proposta para incluir os servidores públicos estaduais e municipais, Bezerra Coelho disse concordar com a iniciativa. “Creio que é adequado viabilizarmos essa reforma previdenciária, que ela possa valer para a União, mas também para os Estados e para os Municípios brasileiros. São mais de dois mil Municípios com regime próprio de previdência. Portanto, o Senado como Casa da Federação brasileira, deverá, sim, incluí-los”, defendeu.
Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o prazo estimado pela presidente do colegiado, Simone Tebet (MDB-MS), é de três semanas. De lá, o texto segue para discussão em dois turnos no plenário, onde são necessários 49 votos favoráveis entre os 81 parlamentares.
Governos estaduais
Para evitar o mesmo revés na Câmara, representantes dos governos estaduais têm se articulado. Na semana passada, a Comissão temporária de acompanhamento da Reforma da Previdência no Senado Federal realizou audiência pública com os governadores do Piauí, Wellington Dias; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; e do Paraná, Carlos Ratinho Júnior.
“Queria começar falando da unanimidade entre os 27 governadores do Brasil, e isso foi deliberação no Fórum, do reconhecimento da necessidade de o Brasil tratar com prioridade a reforma da previdência. Medidas que possam permitir equilíbrio financeiro e atuarial no sistema público e privado”, confirmou, logo no início, o governador do Piauí. Para Dias, o Brasil precisa unificar as regras, a exemplo do que fizeram outros países.