Redução das vazões e chuvas de março melhoram projeções de reservatórios

As projeções dos reservatórios durantes os meses de seca tiveram melhorias. A decisão de reduzir as vazões nas usinas de Jupiá e Porto Primavera, no Rio Paraná, e as chuvas na segunda quinzena de março trouxeram impactos positivos ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Os dados foram apresentados durante a 290ª Reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada nesta última segunda-feira (8) no Ministério de Minas e Energia (MME).

No dia 2 de abril, os fluxos das usinas hidrelétricas atingiram 3.311 m³/s e 3.936 m³/s, respectivamente. A decisão foi tomada durante a reunião do CMSE do mês de março.De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), as projeções de afluência para abril e maio subiram por conta da quantidade de chuvas na segunda metade de março. Em todo o Brasil, os reservatórios do SIN estão com 71% de armazenamento.

A demanda média do mês de março foi de 84,1 gigawatts (GW) médios, uma alta de 5,9% em relação ao mesmo período de 2023 e de 1%, quando comparado a fevereiro deste ano. O suprimento foi atendido por 91% de energias renováveis.

Leilão

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) apresentou aos integrantes do CMSE os resultados do Leilão de Transmissão nº 1/2024, realizado em 28 de março. O certame confirmou a previsão de R$ 18,1 bilhões em investimentos. O deságio médio foi de 40,78%, o que representa uma economia de R$ 30,1 bilhões para o consumidor final.

Os 15 lotes disponibilizados foram arrematados por grupos nacionais e estrangeiras, o que significa que o setor elétrico brasileiro demonstra atratividade para as empresas.

Informações Técnicas:

Condições Hidrometeorológicas: Em março, as bacias dos rios Jacuí, Uruguai, Grande, Paranaíba e o trecho a montante a UHE Três Marias, no rio São Francisco, apresentaram precipitação superior à média histórica. Nas demais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional – SIN com relevante participação de geração hidrelétrica, a precipitação foi inferior à média histórica. Ainda durante o mês, em relação à Energia Natural Afluente (ENA), foram verificados valores abaixo da média histórica nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste (67% da MLT), Nordeste (61% da MLT) e Norte (70% da MLT). O subsistema Sul foi o único a apresentar condições superiores à média histórica, com cerca de 138% da MLT.

Em abril, de acordo com o cenário inferior, a indicação é de uma ENA abaixo da média histórica para todos os subsistemas. Para o Sudeste/Centro-Oeste, o Nordeste, o Norte e o Sul, a previsão é de 67%, 34%, 46% e 98% da MLT, respectivamente. Para o SIN, o estudo aponta condições de afluência de 59% da MLT, sendo o menor valor para abril de um histórico de 94 anos.

No cenário superior, para o mês de abril, a previsão indica valores de ENA abaixo da média histórica para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte, sendo o subsistema Sul o único a apresentar condições superiores à média. As condições previstas são de cerca de 76% da MLT para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, 125% da MLT para o Sul, 61% da MLT para o Nordeste e 61% da MLT para o Norte. Para abril, em relação ao SIN, os resultados dos estudos de vazão indicam condições de afluência prevista de 73% da MLT, sendo o 6º menor valor de um histórico de 94 anos.

Energia Armazenada: Ao final de março, foram verificados armazenamentos equivalentes a cerca de 69%, 67%, 73% e 95% nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. Para o SIN, o armazenamento foi de, aproximadamente, 71%.

Para o último dia do mês de abril, considerando o cenário inferior, a expectativa é de 68,7%, 43,5%, 69,7% e 96,2% da EARmáx nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. No cenário superior, há uma previsão de 70,7%, 47,0%, 76,7% e 95,5% da EARmáx, considerando a mesma ordem acima. Para o SIN, os resultados para o último dia do mês devem ser de 68,5% da EARmáx, para o cenário inferior, e 72,1% para o cenário superior.

Expansão da Geração e Transmissão: a expansão verificada em março de 2024 foi de 924 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica e de 975 MVA de capacidade de transformação. Assim, no ano de 2024, a expansão totalizou 2.976 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 271,4 km de linhas de transmissão e 2.225 MVA de capacidade de transformação.

O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País, adotando as medidas para a garantia do suprimento de energia elétrica. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.