O projeto para a implantação do Centro de Educação Socioambiental na Bahia foi apresentado na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), nesta segunda-feira (9), em seminário promovido pela Frente Parlamentar de Meio Ambiente, presidida pelo deputado Marcelino Galo (PT). Intitulado “A experiência exitosa dos Equipamentos de Educação Ambiental na Galícia, em Espanha, e a oportunidade de colaboração para a implantação dos Centros de Educação e Cooperação Socioambiental na Bahia”, o evento contou com a presença de gestores, pesquisadores e ativistas ambientais.
O objetivo do seminário, segundo o petista, foi mostrar a experiência de um projeto exitoso em Portugal, “já em operação e com repercussão mundial, que poderá balizar o que pretendemos implantar na Bahia”.
Além do proponente do seminário, compuseram a mesa Araceli Serantes Pazos, da Universidade da Coruña, Galícia – Espanha; Jeanne Marie White, diretora do Projeto Caraívas em Pirenópolis e coordenadora do Movimento Pedagogia das Virtudes da União Planetária em Brasília; Marcos Sorrentino, diretor de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima; Lilite Cintra, da Rede de Educação Ambiental da Bahia (Reaba); Zanna Matos, da REA_Iesba – Rede de Educação Ambiental das Instituições de Educação Superior da Bahia; Fábio Barbosa, diretor de Execução das Políticas para a Educação Básica da Secretaria da Educação do Governo do Estado da Bahia; e Tiago Porto, superintendente de Políticas de Planejamento Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
Experiência
Responsável por apresentar as experiências dos equipamentos ambientais na Galícia, Santander, Segóvia, Navarra, e em Valencia, Araceli Pazos, apontou a necessidade dessas instalações para a saúde do país e do planeta.
Os centros, segundo ela, contam com equipes educativas, trabalham sobre energia sustentável, preservação das matas e das espécies, “que dão apoio para a gestão dos parques, as reservas de biosfera, e o que fazemos é contribuir a essa conservação através de programas e atividades, etc”.
Outros programas estão pensados para fortalecer as pessoas que vivem na comunidade, sua cultura, conhecimentos e saberes. Também incluem experiências recreativas, no meio natural e novas experiências que buscam a transformação ecossocial. “Os centros de referências é para onde vão, quando necessitam informação de qualquer tema ambiental. Oferta de formação específica para todos os públicos, parceria com a universidade e com empresas, coletivos e cooperação com outros países
Proposta
Elaborado coletivamente pelas redes de Educação Ambiental da Bahia (Reaba) e de Educação Ambiental das Instituições de Educação Superior da Bahia (REA_Iesba), o projeto foi apresentado por suas representantes Zanna Matos e Lilite Cintra.
A proposta de projeto, segundo elas, reúne anseio de educadores e profissionais da área e o conteúdo envolve a forma de trabalhar, “que emerge de cada localidade e faz a conexão do que está próximo com o que está distante, as causas da contaminação, relação entre seca e desmatamento, manifestações culturais e suas funções”, disseram.
O documento está dividido em três marcos fundamentais para embasar o detalhamento do projeto executivo: o situacional, o conceitual filosófico e operacional-político. O primeiro, determinando o caminho de construção, o segundo, aportando documentos orientadores, e o último com os elementos necessários para o funcionamento do centro, coerente com o próprio conceito de educação ambiental, com uma governança participativa e democrática, apresentando critérios para a criação do centro e seus objetivos.
Também propõe a destinação de recursos no orçamento para contratação de profissionais, montar equipes e incentivar ações na área. “Esse trabalho é resultado da nossa ousadia, da nossa coragem, para não deixar morrer esse sonho coletivo de participar do resgate da nossa humanidade”, reforçaram.