Uma pesquisa encomendada pela TV Record e realizada pelo instituto RealTime Big Data, divulgada nesta última segunda-feira (20), revela que 83% dos brasileiros discordam da comparação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre a ação do exército de Israel contra o grupo terrorista Hamas e o Holocausto dos judeus pela Alemanha nazista.
A pesquisa, realizada com 800 entrevistados em 19 de fevereiro, indica que 89% dos brasileiros acompanham as notícias sobre a guerra entre Israel e Palestina. Entre os que acompanham o conflito, 57% acreditam que Israel está “certo” no conflito, enquanto 28% defendem a causa Palestina e 15% não souberam ou não quiseram responder.
Os entrevistados também foram questionados sobre qual deve ser o posicionamento do Brasil no conflito: 54% afirmaram que o país deveria ficar neutro, enquanto 26% acreditam que o Brasil deve apoiar Israel e 14% que deve apoiar o lado Palestino. 6% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.
A pesquisa foi realizada com 800 pessoas, sendo 53% mulheres e 47% homens. A faixa etária mais representada é de 45 a 59 anos, com a maioria dos entrevistados (25%). Quanto à escolaridade, 43% possuem ensino médio completo, 41% até o fundamental completo e 16% até o superior completo.
A declaração polêmica de Lula foi feita durante uma coletiva de imprensa realizada no último domingo (18), após sua participação na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia. Na ocasião, o petista afirmou: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus”.
Como resultado de sua declaração, Lula foi considerado “persona non grata” em Israel. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (19) pelo ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, após Lula comparar as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
“Não perdoaremos e não esqueceremos — em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel. Informei ao presidente Lula que ele é uma personalidade indesejável em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras. A comparação é um grave ataque antissemita que profana a memória daqueles que morreram no Holocausto”, declarou o ministro.