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Fatores externos e domésticos explicam desempenho - Foto: Reprodução/Neofeed
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terça-feira 31 de dezembro de 2024 às 06:17h

Real tem maior desvalorização de 2024 e pior desempenho desde 2020, mostra análise

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O câmbio brasileiro enfrentou um ano de volatilidade e encerrou 2024 com uma desvalorização de 21,82% ante o dólar Ptax, taxa de referência para contratos denominados em real em bolsas de mercadorias no exterior.

O desempenho coloca o real como a moeda mais desvalorizada entre 27 economias analisadas pela consultoria Elos Ayta.

O resultado foi o pior para a divisa brasileira desde 2020 e a terceira maior desvalorização em termos nominais desde 2010. Completam o pódio os anos de 2015, durante o segundo mandato da então presidente Dilma Rousseff (-31,98%), e 2020, ápice da pandemia de Covid-19 (-22,44%).

“O desempenho do real em 2024 ilustra os desafios enfrentados pelo Brasil em um cenário global adverso e diante de incertezas domésticas. A análise das flutuações cambiais ao longo dos últimos 15 anos destaca a volatilidade inerente à economia brasileira e reforça a importância de medidas consistentes para garantir estabilidade e previsibilidade aos agentes econômicos”, avalia Einar Riverno, analista da Elos Ayta.

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Outras moedas emergentes também performaram mal. Destaca-se o peso que os desdobramentos das eleições nos Estados Unidos tiveram sob o mercado de câmbio global.

Com a vitória de Donald Trump, a expectativa é de que o republicano promova políticas protecionistas que tendem a fortalecer a economia norte-americana, a inflação do país e, consequentemente, o dólar no mundo.

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Porém, além dos fatores externos, destacam-se elementos domésticos por trás da desvalorização acentuada do real no ano.

“Internamente, o pacote fiscal anunciado pelo governo no final de 2024 gerou preocupações entre investidores, provocando um êxodo de capitais e aumentando a pressão sobre a moeda brasileira”, afirma Rivero.

“Para 2025, a recuperação do real dependerá de uma combinação de fatores. Reformas estruturais capazes de atrair investimentos, aliados a um ambiente externo mais favorável, poderão reduzir a pressão cambial. No entanto, é fundamental que o governo sinalize compromisso com a disciplina fiscal e apresente medidas concretas para conter a inflação e promover o crescimento sustentável”, conclui.

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