Só no Palácio do Planalto, foram pelo menos quatro obras de arte danificadas — avaliadas, no total, em cerca de R$ 8,5 milhões. Em outros prédios, houve danos a esculturas e bustos.
‘As mulatas’
- O quadro de Di Cavalcanti é a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto.
- Foi encontrado com sete rasgos, de diferentes tamanhos.
- A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti.
- Tem valor estimado em R$ 8 milhões, mas peças como essas costumam alcançar valores até 5 vezes maiores em leilões, segundo o governo federal.
‘Bandeira do Brasil’
- A obra é de Jorge Eduardo, de 1995.
- A pintura reproduz a bandeira e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República.
- Foi encontrada boiando sobre a água que inundou o térreo do Palácio do Planalto, depois que os vândalos abriram hidrantes.
‘O Flautista’
- É uma escultura de bronze de Bruno Giorgi.
- Foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão.
- Está avaliada em R$ 250 mil, segundo o governo federal.
Escultura de Frans Krajcberg
- Foi quebrada em diversos pontos.
- A obra usa galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe.
- A peça está estimada em R$ 300 mil, segundo o governo federal.
‘A Justiça’
- A escultura de Alfredo Ceschiatti, de 1961, foi pichada durante os atos criminosos.
- A obra, que é feita de granito, fica em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal).
- O artista ficou conhecido por criar obras para para prédios projetados pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.
- A estátua, que possui cerca de três metros de altura e retrata uma Têmis sentada, foi pichada com a frase “perdeu, mané”.
- A expressão faz referência à declaração do ministro Luís Roberto Barroso ao ser importunado por um golpista durante viagem a Nova York, nos Estados Unidos, em novembro de 2022.
‘Bailarina’
- A obra de Victor Brecheret faz parte do acervo da Câmara dos Deputados e foi arrancada do suporte em que estava exposta.
- A assessoria de imprensa da Casa legislativa confirmou que a obra não foi furtada durante os ataques.
- A escultura é feita em bronze polido e representa a fase parisiense do artista, quando ele explora a delicadeza das formas nos temas femininos. Brecheret nasceu na Itália, em 1894, e se mudou para São Paulo em 1904. Ele é considerado o introdutor do modernismo na escultura brasileira.
- Na Câmara, o “Muro Escultórico”, de Athos Bulcão, foi perfurado na base.
- A escultura “Maria, Maria”, de Sônia Ebling, foi marcada com paulada na Câmara.
- O busto de Rui Barbosa, responsável pela criação do STF no modelo atual, em 1890, foi destruído.
- Entre itens de valor histórico danificados pelos vândalos no STF, também está um tapete que, segundo informações do Supremo, pertenceu à Princesa Isabel.
Valor incalculável
O diretor de curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, afirmou, em nota publicada pela Presidência da República, que será possível recuperar a maioria das obras vandalizadas em ataques golpistas em Brasília.
A restauração de uma das peças, um relógio do século 17, no entanto, será “muito difícil”, na avaliação do especialista.
O relógio de Balthazar Martinot foi um presente da Corte Francesa para Dom João 6º. Martinot era o relojoeiro de Luís 14.
Segundo o governo federal, há apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versalhes, na França, mas tem a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Palácio do Planalto.