domingo 22 de dezembro de 2024
Relógio raro foi destruído por terroristas que invadiram o Palácio do Planalto. Foto: Reprodução/O Globo
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terça-feira 10 de janeiro de 2023 às 19:59h

Raridades: quanto valem as obras de arte destruídas nos ataques a Brasília?

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Só no Palácio do Planalto, foram pelo menos quatro obras de arte danificadas — avaliadas, no total, em cerca de R$ 8,5 milhões. Em outros prédios, houve danos a esculturas e bustos.

‘As mulatas’

'As Mulatas', de Di Cavalcanti, está avaliada em R$ 8 milhões - Reprodução/Twitter  - Reprodução/Twitter
‘As Mulatas’, de Di Cavalcanti, está avaliada em R$ 8 milhões

Imagem: Reprodução/Twitter

  • O quadro de Di Cavalcanti é a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto.
  • Foi encontrado com sete rasgos, de diferentes tamanhos.
  • A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti.
  • Tem valor estimado em R$ 8 milhões, mas peças como essas costumam alcançar valores até 5 vezes maiores em leilões, segundo o governo federal.

‘Bandeira do Brasil’

Palácio do Planalto - Gabriela Biló/Folhapress - Gabriela Biló/Folhapress
Obra é vista boiando em água que inundou térreo do Palácio do Planalto

Imagem: Gabriela Biló/Folhapress

  • A obra é de Jorge Eduardo, de 1995.
  • A pintura reproduz a bandeira e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República.
  • Foi encontrada boiando sobre a água que inundou o térreo do Palácio do Planalto, depois que os vândalos abriram hidrantes.

‘O Flautista’

  • É uma escultura de bronze de Bruno Giorgi.
  • Foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão.
  • Está avaliada em R$ 250 mil, segundo o governo federal.

Escultura de Frans Krajcberg

Frans - Reprodução - Reprodução
Quadro ‘Galhos e Sombras’, de Frans Krajcberg, de 1963, danificado durante a invasão

Imagem: Reprodução

  • Foi quebrada em diversos pontos.
  • A obra usa galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe.
  • A peça está estimada em R$ 300 mil, segundo o governo federal.

‘A Justiça’

stf - Pedro Ladeira/Folhapress - Pedro Ladeira/Folhapress
Prédio sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e a estátua da Justiça com as marcas da destruição Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress
  • A escultura de Alfredo Ceschiatti, de 1961, foi pichada durante os atos criminosos.
  • A obra, que é feita de granito, fica em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal).
  • O artista ficou conhecido por criar obras para para prédios projetados pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.
  • A estátua, que possui cerca de três metros de altura e retrata uma Têmis sentada, foi pichada com a frase “perdeu, mané”.
  • A expressão faz referência à declaração do ministro Luís Roberto Barroso ao ser importunado por um golpista durante viagem a Nova York, nos Estados Unidos, em novembro de 2022.

‘Bailarina’

Bailarina - Gabriel/Folhapress - Gabriel/Folhapress
A obra ‘Bailarina’, de Victor Brecheret, foi retirada do local onde estava exposta Imagem: Gabriel/Folhapress
  • A obra de Victor Brecheret faz parte do acervo da Câmara dos Deputados e foi arrancada do suporte em que estava exposta.
  • A assessoria de imprensa da Casa legislativa confirmou que a obra não foi furtada durante os ataques.
  • A escultura é feita em bronze polido e representa a fase parisiense do artista, quando ele explora a delicadeza das formas nos temas femininos. Brecheret nasceu na Itália, em 1894, e se mudou para São Paulo em 1904. Ele é considerado o introdutor do modernismo na escultura brasileira.
Outras obras
  • Na Câmara, o “Muro Escultórico”, de Athos Bulcão, foi perfurado na base.
  • A escultura “Maria, Maria”, de Sônia Ebling, foi marcada com paulada na Câmara.
  • O busto de Rui Barbosa, responsável pela criação do STF no modelo atual, em 1890, foi destruído.
  • Entre itens de valor histórico danificados pelos vândalos no STF, também está um tapete que, segundo informações do Supremo, pertenceu à Princesa Isabel.

Valor incalculável

O diretor de curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, afirmou, em nota publicada pela Presidência da República, que será possível recuperar a maioria das obras vandalizadas em ataques golpistas em Brasília.

A restauração de uma das peças, um relógio do século 17, no entanto, será “muito difícil”, na avaliação do especialista.

Relógio destruído veio para o Brasil com a família real portuguesa - Reprodução - Reprodução
Relógio destruído veio para o Brasil com a família real portuguesa Imagem: Reprodução

O relógio de Balthazar Martinot foi um presente da Corte Francesa para Dom João 6º. Martinot era o relojoeiro de Luís 14.

Segundo o governo federal, há apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versalhes, na França, mas tem a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Palácio do Planalto.

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