Noventa procuradoras e promotoras de Justiça do Nordeste estão reunidas em Salvador, até este sábado (30), para participar de evento promovido pela presidência do Conselho Nacional do Ministério Público em parceria com a União Europeia com a finalidade de discutir equidade de gênero.
A mulheres são o público-alvo da “2ª Conferência Regional de Promotoras e Procuradoras de Justiça dos Ministérios Públicos Estaduais”, aberta na tarde de ontem (29) pela presidente do CNMP e procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
No seu discurso, Dodge lembrou que o papel do MP é essencialmente de proteção e promoção de direitos e que é preciso também cuidar das mulheres que são membros da Instituição. “Não podemos esquecer de nós mesmas”, registrou, afirmando que “a equidade de gênero, uma vez praticada dentro do MP, ganhará mais força na sociedade e em outras instituições públicas, impulsionando a criação de outras políticas públicas que promovam a igualdade entre homens e mulheres”, disse Dodge.
A presidente do CNMP lembrou que, no mundo moderno, as mulheres enfrentam inúmeros desafios ao pretenderem ser o que querem ser. O esforço cotidiano é imenso para equilibrar os desafios familiares, conjugais e profissionais e fazê-los muitas vezes de modo discreto o suficiente para que não percebam o esforço empreendido e para que não se agravem os problemas já enfrentados, disse ela, salientando que é importante conversar como ser protagonista na sua vida e profissão sem ser forçada a abdicar de outras funções sociais para construir uma carreira no Ministério Público.
“Será que a equidade na profissão está sendo garantida a custas de outras perdas importantes para a plenitude feminina?”, questionou. A procuradora-geral da República abordou ainda a questão da violência e discriminação contras as mulheres em várias áreas e frisou que a dor infligida a uma mulher atinge todas. “Isso significa que, enquanto uma de nós mulheres estiver sendo vítima de violência, discriminação e exclusão, nenhuma de nós pode descansar”, conclamou.