quarta-feira 25 de dezembro de 2024
Foto: Reprodução
Home / DESTAQUE / Randolfe defende partidos da base cederem espaço para a entrada PP e Republicanos
sábado 5 de agosto de 2023 às 08:14h

Randolfe defende partidos da base cederem espaço para a entrada PP e Republicanos

DESTAQUE, NOTÍCIAS, POLÍTICA


Líder do governo Lula no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) defende em entrevista a Camila Turtelli, do jornal O Globo, a necessidade dos partidos da base cederem espaço para a entrada no governo de siglas do Centrão, como PP e Republicanos. Ele também evita exigir um percentual de adesão dos novos integrantes do Executivo nas votações na Câmara e no Senado, como chegou a fazer em outras ocasiões. No primeiro semestre, após enfrentar disputas apertadas em função da falta de apoio consolidado, o Planalto passou a dar mais acenos a legendas como o PP, que abriga o presidente da Câmara, Arthur Lira.

Há o risco de o PT abrir mão de pastas importantes para partidos do Centrão?

Os ministérios não são de nenhum partido, nem do PT ou do MDB. Quem comanda e quem dá diretriz é o presidente. Ele dispõe desses cargos da forma que lhe convier. Estamos sob a égide de um modelo de governabilidade fundado pela Constituição, o presidencialismo de coalizão. O povo brasileiro elegeu um presidente e uma maioria congressual, sobretudo na Câmara, mais conservadora. Então, é necessário, para conduzir o programa vencedor das eleições, fazer composição.

O Bolsa Família pode ficar sem a gestão do PT?

O programa é uma das marcas do governo. Esse debate nunca foi tratado, e o presidente já deixou claro qual é a posição dele, a expectativa dele.

O senhor já disse que o União deveria entregar 80% dos votos. PP e Republicanos devem fazer o mesmo?

O nosso desafio é sempre procurar ampliar a composição do governo. Eu não diria hoje, necessariamente, um percentual. O que eu sei dizer é que esses três partidos, tanto União quanto PP e Republicanos, entregaram para o governo votos decisivos nas reformas que nós fizemos até aqui.

Arthur Lira disse que Lula deveria ser mais radical e afastar ministros que não cumprem acordo. Concorda?

Eu não sei precisamente a que o presidente Arthur se referiu. Eu só posso dizer que a recomendação do presidente Lula — e isso eu acompanhei em reunião com todos os ministros e líderes do governo — é atender ao Congresso, conversar com os parlamentares e dar toda a atenção que é devida.

Como está o processo de tomada de decisões entre líderes e a Secretaria de Relações Institucionais?

A relação é direta. O ministro Alexandre Padilha, eu sou testemunha, tem se esforçado para dispor a sua agenda a conversas com os parlamentares. Na questão de emendas, o governo tem dado celeridade.

Lira também disse que o ministro fechava acordos, mas não eram cumpridos. O senhor acha que Padilha errou na articulação?

Não tenho notícia disso. Todos os acordos que eu testemunhei foram cumpridos. Um exemplo é a questão da Fundação Nacional da Saúde (Funasa). Nós tivemos uma reunião com parlamentares em que 90% dos encaminhamentos foram cumpridos logo em seguida.

A Câmara tem deixado MPs perderem validade para tratar de assuntos por projetos de lei. Isso não prejudica o governo?

Não entendo isso como uma medida de retaliação ao governo. Há uma divergência institucional sobre o rito das Medidas Provisórias pautado pela Câmara. Eu acho que é uma reivindicação legítima que tem de ser debatida na esfera constitucional. O governo foi pego no meio dessa história. Isso tem sido um desafio a mais para a articulação.

O governo vai trabalhar pela aprovação de lei orgânica das PMs, projeto dos agrotóxicos e marco temporal, pautas das bancadas ruralista e da bala?

A lei orgânica o governo está disposto a debater. Sobre os agrotóxicos, o governo quer discutir e construir. Se, por um lado, o governo tem uma posição firme em defesa da questão ambiental, e não quer nenhum liberou geral; por outro lado, há de se reconhecer que tem de ter uma modernização da legislação para o advento de novos produtos que não fazem mal às pessoas.

E o marco temporal das terras indígenas?

É a mesma questão. Não pode ser o texto que veio da Câmara. Esse texto aqui está em boas mãos, que são as da senadora Soraya Thronicke. Como está agora, não tem acordo, mas vamos buscar uma mediação.

O senhor se desfiliou da Rede após embate com Marina Silva. Como está a relação?

Eu nunca tive um embate com ela. Posso ter tido divergências específicas apenas. Vejo Marina como patrimônio da causa ambiental global.

Veja também

PRF flagra carro ‘clonado’ circulando em Salvador na rodovia BR-324

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) flagrou um carro “clonado” circulando pela BR-324 em Salvador na …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!