Rainha silenciosa afiava o verbo quando queria ser ouvida; leia declarações

Conhecida por ser reservada e expressar pouco a suas emoções, a Rainha Elizabeth II faleceu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, após uma piora em seu quadro de saúde. Ela foi a segunda monarca a ocupar o trono por mais tempo: foram 70 anos de legado.

Durante todo esse tempo seus discursos públicos e alguns pensamentos particulares que vieram à tona mostraram que, apesar de discreta, a rainha também sabe ser polêmica.

Sobre a família real

“Como todas as melhores famílias, temos nossa cota de excentricidades, de jovens selvagens e caprichosos e desentendimentos”, admitiu a rainha em 1989, quando falou aos chefes de estado a bordo do iate real Britannia.

“Annus Horribilis”

“1992 não é um ano que vou olhar para trás com prazer absoluto. Nas palavras de um dos meus correspondentes mais simpáticos, acabou sendo um ‘annus horribilis’”. A frase se tornou icônica e foi feita em um discurso em Londres, na Inglaterra, em novembro de 1992. A realeza se referia aos acontecimentos anteriores, como o incêndio no Castelo de Windsor e o fato de três de seus filhos terem se divorciado no mesmo ano.

Quebra de silêncio sobre a morte de Diana

“O que eu digo a você agora, como sua rainha e como avó, eu digo de coração… Ninguém que conheceu Diana jamais a esquecerá. Milhões de pessoas que nunca a conheceram, mas sentiram que a conheciam, lembrarão. […] De minha parte, acredito que há lições a serem aprendidas com sua vida e com a reação extraordinária e comovente à sua morte. Compartilho sua determinação em preservar sua memória.”

Após ser cobrada pelo povo britânico por sua frieza e distância em relação à morte da princesa Diana, em um acidente de carro em Paris, em setembro de 1997, a rainha foi ao vivo, na televisão, se manifestar.

Rara demonstração de amor

“Ele é alguém que não aceita elogios facilmente, mas ele simplesmente tem sido minha força e meu apoio todos esses anos, e eu, toda a sua família, este e muitos outros países, temos uma dívida maior do que ele jamais reivindicaria”.

Disse em homenagem ao marido, o príncipe Philip, em seu aniversário de ouro, em Londres, em 20 de novembro de 1997.

Críticas sobre a monarquia

“Porque eu sei que, apesar da enorme diferença constitucional entre uma monarquia hereditária e um governo eleito, na realidade a distância não é tão grande (…) E cada um, à sua maneira, só existe com o apoio e o consentimento das pessoas”, disse em 1997 na Banqueting House em Londres.

Defensora da maternidade

“Esse é o único trabalho que importa”, respondeu, em 2012, à Kate Winslet que foi premiada e teve a oportunidade de falar com a rainha. A celebridade havia dito antes que “ama ser mãe” ainda mais do que ser atriz.

Sempre elegante e formal

“Menos formal? O que acha que é isso?”, respondeu à fotógrafa americana Annie Leibovitz em 2007, quando a profissional sugeriu que a rainha tirasse o diadema para a fotografia.

Também soube ser divertida

“Boa noite, senhor Bond”, disse a rainha ao dar as boas-vindas ao ator Daniel Craig, que interpretou James Bond, na cena que foi feita no Palácio de Buckingham para a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.