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sexta-feira 7 de outubro de 2022 às 10:47h

Quem são os ministeriáveis de Lula e Bolsonaro?

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A onda de declarações de apoio dos últimos dias aos dois presidenciáveis alimentou expectativas quanto à composição dos futuros ministérios, e reposicionou “players” relevantes no jogo político e eleitoral.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não dá sinais de que antecipará nomes de sua equipe, caso vença o pleito, mas a terceira colocada na disputa presidencial, Simone Tebet (MDB), e a deputada eleita Marina Silva (Rede-SP), são quadros citados nos bastidores para eventual ministério lulista.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta na continuidade, com um quadro majoritário de técnicos, encabeçado pelo ministro Paulo Guedes, mas não descarta abrir espaço para novos aliados. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), é citado para compor o time bolsonarista, enquanto o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), emerge como presidenciável em 2026, mirando o apoio de Bolsonaro, e os votos da direita.

A esperada foto de Lula ao lado de Simone Tebet deve ocorrer nesta sexta-feira. O Valor apurou que as equipes do petista e da emedebista estão acertando os detalhes do evento, no qual será divulgado que a campanha de Lula agregará ao programa de governo as cinco propostas apresentadas por Tebet.

O próximo passo será a realização de agendas conjuntas. No almoço na casa da ex-ministra Marta Suplicy, que selou o apoio de Tebet a Lula, o ex-presidente disse a ela que gostaria que eles “rodassem o Brasil” juntos.

Lula insinuou a Tebet, ainda que sutilmente, que gostaria de tê-la como ministra em um futuro governo. Ela preferiu não se alongar na questão. Habilidoso, Lula procurou ganhar a interlocutora dizendo que Tebet é muito maior que os 4% de votação aferidos pelas urnas, e que ela foi a grande novidade da eleição.

Simone Tebet pode até virar ministra, mas esta é uma conversa para depois da eleição, dizem interlocutores da emedebista.

Sobre percorrer o Brasil em atos com Lula, Tebet tem colocado uma condicionante: só ir a locais em que não haja um conflito em relação aos palanques regionais defendidos pelo PT e pela coligação MDB-PSDB-Cidadania-Podemos, pela qual ela foi candidata. Isso quer dizer, por exemplo, que Tebet não irá para o palanque com Lula em Pernambuco, onde o petista apoia Marília Arraes (Solidariedade) ao governo, enquanto ela defende a candidatura de Raquel Lyra (PSDB).

Em Estados onde PT e MDB estão do mesmo lado e contra bolsonarista, como no Amazonas, com a disputa entre Wilson Lima (União Brasil) e Eduardo Braga (MDB), a presença de Lula e Tebet juntos é possível.

Principal aliado do PT no plano nacional, o PSB – partido do candidato a vice Geraldo Alckmin – pode ser contemplado com dois ministérios. Além do espaço reservado ao partido, o ex-governador Flávio Dino (PSB), senador eleito pelo Maranhão, deve figurar na Esplanada na cota pessoal de Lula.

Interlocutores das duas siglas indicam que o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, pode ser indicado para a pasta de Ciência e Tecnologia, em caso de vitória do petista – um espaço sempre ocupado pelo PSB em gestões petistas.

Paulo Câmara é hoje o principal interlocutor do petista dentro do PSB. Lula é grato ao pernambucano, e o cita em conversas de bastidores como um político bastante confiável. Na disputa presidencial de 2018, Câmara costurou com o petista acordo de neutralidade do PSB nacionalmente. O gesto isolou o então presidenciável Ciro Gomes (PDT), que pretendia contar com o apoio do PSB.

Já o ex-governador Márcio França (PSB), que abriu mão da disputa pelo governo paulista num acordo com o PT para colocar o ex-prefeito Fernando Haddad na cabeça da chapa, também é cotado para eventual ministério lulista. A derrota na disputa pelo Senado em São Paulo não estava na conta. “Ele foi para o sacrifício e é um quadro extremamente preparado. Não vai ficar na chuva”, diz uma fonte ligada ao ex-presidente.

Ao Valor, três pessoas próximas do ex-presidente revelaram que, apesar de Lula não ter mencionado o assunto, há uma expectativa de que a ex-ministra Marina Silva possa ocupar novamente a pasta de Meio Ambiente. No entendimento de interlocutores de Lula, a recondução dela à pasta teria um forte simbolismo diante da dimensão internacional da luta em defesa da Amazônia.

Se reeleito, Bolsonaro pretende manter o formato de um governo composto majoritariamente por quadros técnicos, até porque é um dos discursos que vem reiterando na campanha. Ele argumenta que não abriu espaços para partidos aliados no primeiro escalão, embora omita que loteou os cargos de segundo escalão para acomodá-los.

Entretanto, há expectativa de que, na hipótese de reeleição, o presidente abra espaços para, pelo menos, dois partidos. Em primeiro lugar, sua própria legenda, o PL: titular das maiores bancadas da Câmara e do Senado, dificilmente Bolsonaro deixará de indicar um quadro da sigla para o ministério.

O outro partido seria o União Brasil, que deverá integrar a base de sustentação de seu eventual segundo mandato, caso se concretize a federação com o Progressistas (PP) do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

É no contexto do União Brasil como aliado do bolsonarismo que desponta o nome de Rodrigo Garcia. Nos bastidores, costura-se um retorno do tucano para a sua antiga legenda, o Democratas (DEM), incorporada ao União após a fusão com o PSL. Vale lembrar que no dia 3, Nogueira, viajou a São Paulo para articular com agilidade a declaração de apoio “incondicional” de Garcia a Bolsonaro. Um expoente nacional do União que também declarou apoio à reeleição do presidente foi o governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado.

Já o apoio do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que se reelegeu no primeiro turno, tem como pano de fundo a ambição eleitoral do mineiro. De olho na sucessão em 2026, Zema se coloca desde já como potencial candidato da direita à sucessão de Bolsonaro, e mira, desde já, eventual apoio do chefe do Executivo, caso ele consiga se reeleger.

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