domingo 17 de novembro de 2024
Foto: Elias Dantas/Alô Alô Bahia/Reprodução
Home / NOTÍCIAS / Quem foi Marcos Cidreira que faleceu ontem; AL-BA decreta luto oficial na Casa
domingo 17 de novembro de 2024 às 07:42h

Quem foi Marcos Cidreira que faleceu ontem; AL-BA decreta luto oficial na Casa

NOTÍCIAS


O presidente em exercício da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) deputado estadual Zé Raimundo (PT), decretou luto oficial na Casa pelo falecimento neste último sábado (16), do empresário e ex-deputado estadual Marcos Galrão Cidreira, que, no Parlamento baiano, foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo, em 1993; e vice-presidente da mesma Comissão, em 1994.

“A ALBA está em luto por três dias em memória de Marcos Cidreira, que nos deixa ainda muito jovem, aos 62 anos, depois de uma luta renhida contra o câncer. Meu abraço solidário a todos os familiares, amigos e companheiros de diretoria na Associação Comercial da Bahia”, lamenta o chefe interino do Legislativo estadual.

Em viagem, o presidente licenciado da ALBA, deputado Adolfo Menezes, também manifestou o seu pesar pelo passamento do proprietário da tradicional Casa Cidreira. “Que Deus dê o descanso eterno a Marcos Cidreira, que era uma figura humana excepcional, além de carregar uma vasta experiência profissional e tornar-se liderança empresarial da Bahia. Ficamos ainda mais sentidos, porque ele ainda era muito jovem para nos deixar”, destacou Menezes.

Em Moção de Pesar apresentada à Mesa Diretora da Casa, o deputado Eduardo Salles disse que Cidreira só cultivou amigos ao longo de sua jornada. “Marcos viveu intensamente e só cultivou amigos ao longo de sua existência. Era um obstinado pela revitalização do bairro do Comércio, em Salvador, terra onde nasceu, em 25 de agosto de 1962. Ocupou muitos cargos, tanto no serviço público quanto na iniciativa privada, e era um gestor de qualidade, sempre em busca da inovação e da excelência”, declarou Salles em sua manifestação de luto.

A cerimônia de cremação de Marcos Cidreira será realizada hoje, às 15h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas. A partir do meio-dia, o corpo será velado na capela H.

Biografia

Marcos Galrão Cidreira nasceu em 25 de agosto de 1962, em Salvador, filho de Cristovam Galvão Cidreira, empresário, fundador da rede de lojas Cidreira e ex-diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Salvador, e Maria Zuleide Galvão Cidreira. Concluiu o Primário no Colégio Antônio Vieira e o Secundário no Colégio Nossa Senhora da Vitória (Maristas), em Salvador. Em 1979, especializou-se em Marketing Empresarial pela Universidade Católica de Salvador (UCSal) e, em 1985, formou-se em Ciências Contábeis pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Iniciou a vida profissional como sócio-diretor da Casa Cidreira (1981-1984), tendo sido, também, diretor da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas da Bahia/FCDL (1982-1985), diretor do Rotary Club e presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB). É proprietário da empresa Flórida Participações.

Marcos Cidreira integrou o governo Waldir Pires (1987-1989), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), inicialmente como chefe de gabinete do Departamento de Telecomunicações do Estado da Bahia/Detelba em 1987 e, nos dois anos seguintes, como gerente da Divisão de Comércio Exterior do Núcleo de Promoção de Exportações da Bahia (Promoexport/Bahia), vinculada à Secretaria de Indústria e Comércio, quando organizou a participação de produtores baianos no 13º Salão Internacional de Alimentos de Paris com vistas a promover a divulgação de alimentos produzidos na Bahia, assim como estimular a capacitação de empresários quanto ao uso de tecnologias utilizadas na área e já empregadas no mercado internacional. Promoveu ao longo de sua gestão o lançamento periódico da revista Bahia Exportação.

Logo depois, participou da gestão do prefeito de Salvador Fernando José (1989-1992), também do PMDB, tendo presidido dois órgãos municipais: a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), entre 1989 e 1990, e a Empresa Municipal de Turismo de Salvador (Emtursa), atual Empresa Salvador Turismo (Saltur). Quando estava à frente da Limpurb, Marcos Cidreira foi acusado de irregularidades administrativas referentes à contratação de funcionários fantasmas cujos salários equivaliam ao pagamento de dois mil garis. À época, a coleta de lixo e a limpeza da cidade encontravam-se deficitárias em função da falta de contratação de pessoal por conta da mudança de gestão do Executivo estadual, além de fortes chuvas e greve de funcionários.

Filiado ao PMDB, foi eleito suplente de deputado estadual para a legislatura 1991-1995, tendo assumido o mandato de junho a outubro de 1992 e sido efetivado em janeiro de 1993. Na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA), foi presidente (1993) e vice-presidente (1994) da Comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo e membro titular das Comissões de Minas e Energia (1994) e Direitos Humanos (1994). Ao longo do mandato legislativo, foi membro da Executiva Nacional do PMDB, tendo ocupado o cargo de tesoureiro em 1994.

Na AL-BA, apresentou projetos nas áreas de comércio e pequenas empresas, tais como a recomendação ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para a fundação da Escola Particular Regular de Segundo Grau, destinada à formação de gerentes de pequenos negócios, bem como o pedido de abertura de linha de crédito especial no Banco do Estado da Bahia (Baneb) para pequenos e médios empresários gerarem novos empregos. Sugeriu ainda a indicação do cientista Elsimar Coutinho para o Prêmio Nobel de Medicina, remetendo o pedido, aprovado pelos deputados estaduais, à Embaixada da Suécia para os encaminhamentos necessários.

Propôs a aprovação de diversos Projetos de Lei, a exemplo da disponibilização de linha de crédito especial para a aquisição da casa própria por parte de serventuários da Justiça do Estado, da criação de um Programa de Geração de Emprego e Renda por parte da prefeitura e do governo do Estado, da realização de estudo visando revitalizar o bairro comercial da Baixa dos Sapateiros, da formação de um fundo de reserva para a garantia de plano de saúde e seguro de vida aos policiais militares, da construção de um polo turístico em Caldas do Jorro (BA), da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para empresários e industriários envolvidos na causa do menor abandonado, da criação pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de uma Junta de Conciliação e Julgamento em Euclides da Cunha (BA), da restauração do prédio da antiga Faculdade de Medicina localizado no Terreiro de Jesus e do aumento bimestral dos salários dos servidores públicos.

Durante seu mandato, Marcos Cidreira foi acusado de infiel ao PMDB por ter sido o único deputado oposicionista a votar em Antônio Imbassahy, do Partido da Frente Liberal (PFL), para governador do Estado no final de 1993, quando das renúncias de Antônio Carlos Magalhães (ACM) e Paulo Souto, então governador e vice-governador, para concorrer ao Senado e ao Executivo estadual, respectivamente. Como consequência, em maio de 1994 os líderes peemedebistas discutiram, inclusive, sua expulsão do partido, substituindo-o nas Comissões de Minas e Energia e Direitos Humanos, das quais era titular. Devido à proximidade política com os governistas, foi reconduzido às referidas Comissões horas depois por decisão do deputado estadual Eujácio Simões, líder pefelista e presidente da AL-BA.

Marcos Cidreira teria contrariado novamente o partido em junho daquele ano ao votar a favor da medida, proposta pelo já governador Antônio Imbassahy, de delegar ao Executivo municipal a faculdade de nomear os conselheiros municipais dos Tribunais de Contas do Estado (TCE) e do Município (TCM). Por ocasião das eleições, ocorridas no final de 1994, ocorreu uma divisão interna no PMDB, a ponto de alguns membros do partido terem decidido apoiar a candidatura de Paulo Souto, muito embora a legenda fizesse oposição ao carlismo naquele período. O racha se intensificou no segundo turno, quando alguns deputados peemedebistas não conseguiram se reeleger, a exemplo do próprio Marcos Cidreira.

Entre 1996 e 2000, foi delegado federal do Ministério da Agricultura e do Abastecimento na Bahia, tenso sido, inclusive, condecorado como o Melhor Delegado do Ministério em 1998 e 1999. Logo depois, exerceu o cargo de diretor-superintendente da AGERT, entre 2000 e 2004. Durante o primeiro mandato do prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (2005-2008), foi coordenador geral do Escritório de Revitalização do Comércio, para onde capitalizou investimentos junto a um grupo empresarial português visando a restauração e preservação de prédios e da arquitetura eclesiástica da região, assim como a construção de um hotel de padrão internacional. Para socializar as metas do projeto, criou o blog marcoscidreira.blogspot.com.br, por meio do qual pretendeu compartilhar as ações da prefeitura previstas para a revitalização do bairro.

Em 2011, Marcos Cidreira filiou-se ao Partido Progressista (PP), e, em agosto de 2013, foi contratado como diretor de projetos pelo Consórcio Fonte Nova Participações e Negócios para atuar na requalificação do comércio e dos serviços oferecidos no entorno da Arena Fonte Nova, conforme minucioso levantamento feito por Patrícia Mota Sena.

Veja também

Argentina confirma fim de impostos sobre produtos comprados no exterior

A Argentina anunciou nesta última sexta-feira (15) que eliminará impostos sobre produtos comprados no exterior, …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!