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General da reserva Ridauto Lúcio Fernandes é alvo de operação da PF — Foto: Reprodução
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sexta-feira 29 de setembro de 2023 às 10:42h

Quem é Ridauto Lúcio Fernandes, general da reserva alvo da PF

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A Polícia Federal cumpre, na manhã desta sexta-feira (29), um mandado de busca e apreensão em Brasília contra o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes. Acusado de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro, ele também teve ativos e valores bloqueados. A ação ocorre durante a 18ª fase da Operação Lesa Pátria. Como mostra a colunista Bela Megale, do O Globo, a hipótese da PF é que militares desse segmento atuaram para iniciar e facilitar a invasão dos prédios dos Três Poderes.

Fernandes foi identificado a partir de conteúdos publicados em redes sociais, nos quais aparece na sede dos Poderes em meio à manifestação de cunho golpista, na qual os prédios públicos foram invadidos. Em vídeo, o militar exibiu a camisa do Brasil e até reclamou de policiais militares que utilizaram spray de pimenta para tentar impedir a barbárie.

O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes — Foto: Reprodução

O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes — Foto: Reprodução

No auge da briga pelas vacinas, em novembro de 2020, o militar publicou um texto em um grupo de WhatsApp do qual participavam oficiais militares e PMs, informa a colunista do GLOBO Malu Gaspar. Na postagem, ele afirmava “morrer e matar” pelo Brasil:

“Por alguns valores, um militar passa por cima de muita coisa. Desculpem os que se sentirem ofendidos, mas por minha Pátria em morro. E também mato e faço coisas que não vou listar aqui para não provocar chiliques”, escreveu ele.

“Se eu achar que minha Pátria estiver precisando, aceito de cabeça erguida humilhações e cusparadas. Se achar que minha Pátria estiver precisando, providenciarei para que aquele que a esteja agredindo seja neutralizado. Adoro essa palavra, neutralizado”, completou o general, conforme revelou a colunista.

Vinculado ao ex-ministro e hoje deputado federal Eduardo Pazuello, ele foi nomeado diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde em julho de 2021 e permaneceu no cargo até o fim da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em seu perfil na rede social LinkedIn, afirma que foi o “Ordenador de Despesas naquele Ministério e responsável pela aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos a nível federal do SUS, incluindo todas as vacinas e equipamentos de proteção individual durante aquela fase da pandemia de Covid-19”. À época da nomeação, ele disse ao GLOBO que sua tarefa era dialogar com as superintendências estaduais da pasta.

O militar da reserva foi nomeado diretor da pasta como substituto de Roberto Dias Ferreira, exonerado após ser acusado de pedir propina para fechar um contrato para compra de vacina na pandemia.

Egresso das Forças Especiais, Ridauto se formou na turma da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em 1987. Fernandes integrou o grupo de elite do Exército , os chamados “kids preto”. O apelido se refere aos integrantes das “forças especiais”, que são militares altamente treinados com técnicas de ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular. Essas ações são descritas como “operações de guerra irregular”.

Ele foi promovido a general de Brigada em 2017, trinta anos depois do início da carreira. O militar, entretanto, deixou as forças logo depois para trabalhar em consultorias, como no Instituto Sagres, que promove pesquisas e palestras sobre planejamento estratégico, segundo a organização.

O militar trabalhou com o ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que fechou um acordo de delação premiada com a PF. Ao lado de Cid, o ex-general trabalhou no Comando de Operações Especiais do Exército, em Goiânia. O general chegou a visitar Cid na prisão e disse, ao jornal “Folha de S.Paulo”, que a visita teve motivação “pessoal” e que seu objetivo era “ver se poderia ajudar em algo”.

Na descrição no LinkedIn, Fernandes também destaca a ocasião na qual foi encarregado das Operações de Garantia da Lei e da Ordem na Região Metropolitana de Natal e em Mossoró, decretadas pelo então presidente Michel Temer em meio a uma crise na segurança pública do Rio Grande do Norte, no período entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018. Nesta época, ele ressalta que teve sob controle operacional “todos os meios da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte”.

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