Em novembro de 2024, o delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza deve se tornar o primeiro brasileiro a comandar a Interpol. Em 100 anos de existência, a Polícia Internacional foi chefiada por homens de apenas cinco países, quatro da Europa e um dos Estados Unidos.
Urquiza tem 43 anos e desde 2007 é delegado da Polícia Federal, com larga experiência na área de cooperação internacional. De 2007 a 2009, atuou como Chefe da Delegacia de Patrimônio Histórico e Meio Ambiente da Superintendência da PF no Maranhão.
Nordestino, Urquiza é nascido em São Luís, no Maranhão, e formado em Direito pela Unifor (Universidade de Fortaleza), no Ceará.
Ele também possui possui MBA em Administração Pública pelo IBMEC e pós-graduação em Direito Ambiental pela PUC/SP. Com experiências internacionais, o delegado também realizou cursos de Justiça Criminal na Universidade de Virginia, além de Telecomunicações e Tecnologia da Informação na Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Jica), em Tóquio, e Gestão e Liderança em Harvard.
Em 2021, foi eleito para vice-presidente das Américas do Comitê Executivo da Interpol.
Ele já atuou como Diretor-Adjunto para Comunidades Vulneráveis e Diretor de Combate ao Crime Organizado da Secretaria-Geral da Interpol em Lyon, na França, onde implementou estratégias de combate ao tráfico de pessoas.
Urquiza diz querer elevar a participação feminina nos cargos de comando do órgão. Até fevereiro de 2024, mulheres eram 43% das representantes da Interpol, mas não chegavam a 10% em postos do alto escalão.
O governo brasileiro disse que a indicação representa o reconhecimento da comunidade internacional da competência da PF no combate ao crime.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, elogiou Urquiza e afirmou que a indicação é uma vitória para o país e que eleva a política externa brasileira.
A Interpol é a maior organização policial do mundo, com 196 países membros, e tem sede em Lyon, na França. A instituição permite que as polícias de todos os países membros compartilhem informações e acessem dados sobre crime e criminosos em nível global. A Interpol também ajuda os membros com suporte técnico e operacional.