quarta-feira 25 de dezembro de 2024
O então presidente Jair Bolsonaro (PL) com o então deputado Nelson Barbudo (PL-MT), em março de 2022. Barbudo deve assumir a cadeira da deputada Amália Barros (PL-MT). Foto: @onelsonbarbudo Via Facebook
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segunda-feira 13 de maio de 2024 às 05:57h

Quem é Nelson Barbudo, suplente que deve ocupar cadeira deixada por Amália Barros na Câmara

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A cadeira deixada pela deputada federal Amália Barros (PL-MT) na Câmara dos Deputados deverá ser ocupada pelo ex-deputado federal Nelson Ned Previdente, conhecido pela alcunha de Nelson Barbudo (PL-MT). O agricultor, que já cumpriu um mandato na Casa, tentou a reeleição em 2022, mas não conseguiu a vaga. Sua votação, entretanto, foi expressiva o suficiente segundo o Estadão, para garantir a primeira colocação na lista de suplentes do partido.

Amália faleceu na madrugada deste último domingo (12) aos 39 anos, após passar por uma série de intervenções cirúrgicas para tratar de tumor no pâncreas. Ela estava hospitalizada desde o dia 1º de maio, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde permanecia em estado grave e sob cuidados intensivos nos últimos dias.

Barbudo já foi deputado federal, eleito em 2018 o mais votado do Mato Grosso, com mais de 126 mil votos. Na época ele era filiado ao PSL, partido que Jair Bolsonaro (PL) foi eleito presidente em 2018.

Em sua passagem pela Câmara, o deputado foi suplente nas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Entre os 16 projetos de lei que apresentou como autor, 12 envolvem pautas ambientais, como a flexibilização de atividades agropecuárias em terras indígenas, a pesca esportiva, a autorização para a criação de galos de combate e a limitação do valor de multas ambientais, por exemplo. Ele próprio foi autuado por infração ambiental em 2005, no valor de R$ 25 mil.

Outro projeto controverso de Barbudo é o que limita o uso da palavra “carne” apenas para produtos que sejam de origem animal, portanto, sendo proibido o uso em alimentos vegetarianos, como “carne de soja”, por exemplo. Segundo ele, o uso da palavra “cria uma concorrência dos produtos de origem vegetal com os de origem animal” e “induz” o consumidor a acreditar que está comendo um produto similar a carne. O projeto está desde março na comissão de Defesa do Consumidor da Câmara.

Antes de ser deputado, o agricultor foi vereador na cidade de Alto Taquari, interior do Mato Grosso, entre 2005 e 2009. Antes de se filiar ao novo partido do ex-presidente, Barbudo também passou pelo União Brasil.

As redes sociais de Barbudo são constantemente alimentadas com postagens anti-petistas, ataques ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e endosso a Bolsonaro. Há publicações no perfil do ex-deputado no Instagram marcadas pela própria plataforma como sendo informação falsa. “A mesma informação foi analisada por verificadores de fatos independentes em outra publicação”, alerta a plataforma.

Em um dos projetos apresentados por ele durante seu mandato na Câmara, Barbudo propôs alterar o marco civil da internet justamente para legislar sobre os verificadores de fatos. Segundo a proposta do então deputado, a classificação de um conteúdo como falso deveria passar pelo crivo do próprio disseminador, que teria um prazo para ser notificado sobre a classificação e algo como um “direito de resposta”.

“Imagina-se que um verificador de notícias interessado em apoiar determinada agenda política poderá, por exemplo, submeter a escrutínio apenas publicações de figuras políticas que defendam interesses contrários aos seus, classificando-os sistematicamente como falsos”, argumenta Barbudo.

O projeto, apresentado em 2021 e que tramita atualmente na comissão de Saúde, prevê multa e suspensão para verificadores que descumpram as regras.

Em dezembro de 2021, um bate boca entre ele e a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) na Comissão de Meio Ambiente ocorreu depois de Barbudo comparar a morte de javalis ao aborto. Tabata tentou argumentar durante a fala do colega, quando foi impedida pelo deputado, que disse para ela ficar “quietinha e pianinha”.

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