Com 54 anos, o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB) é advogado e radialista e foi vereador em Salvador por quatro mandatos e presidente da Câmara Municipal. Ingressou na política seguindo os passos do pai, Super Geraldo, que inclusive será candidato a vereador em 2024 na capital baiana também pelo MDB.
Geraldo Jr. foi aliado de Bruno Reis (União Brasil) e ACM Neto (União Brasil), de quem chegou a ser secretário municipal. Em 2022, rompeu com o aliado conforme João Pedro Pitombo, da Folhapress, para compor a chapa com Jerônimo Rodrigues (PT), então secretário estadual de Educação, sendo eleitos para comandar o estado da Bahia.
Sua adesão ao grupo governista e ascensão ao posto de vice foi articulada em 2022 pelo senador Jaques Wagner com irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, ex-deputados que controlam o MDB da Bahia.
Em uma plenária do PT no último domingo (17), Wagner declarou em entrevista à imprensa sua predileção pelo emedebista, mas disse que a escolha não seria imposta e demandaria negociação com os demais partidos.
“É pública a minha simpatia pelo nome de Geraldo Júnior. […] Ele foi presidente da Câmara de Vereadores, tem intimidade com os problemas da cidade de Salvador, é um cara bom de campanha. Acho ele um bom nome”, afirmou
A escolha de Geraldo Júnior também representa uma vitória de Jaques Wagner na disputa interna com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Ao longo do ano, Costa sinalizou a aliados sua preferência pela pré-candidatura de José Trindade (PSB), presidente da estatal Conder.
Em setembro, contudo, Trindade desistiu da candidatura após o PT reafirmar o nome de Robinson Almeida. Ele alegou problemas de saúde, mas aliados confirmam que o movimento do PT foi determinante para que ele saísse da disputa. Desde então, Rui se afastou das articulações em Salvador.
Nos últimos meses, a disputa havia afunilado entre Robinson Almeida e Geraldo Júnior. Pesou na decisão do PT em abdicar da disputa em Salvador o fato de ter candidaturas consideradas mais competitivas em cidades do interior como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Camaçari e Juazeiro.
A desistência em Salvador foi descrita como um sinal de que o partido não terá uma postura hegemônica e que valoriza os partidos aliados. Para isso, ainda segundo João Pedro Pitombo, foi necessário contornar insatisfações internas, sobretudo dos candidatos a vereador do PT, que defendiam candidatura própria.