Em entrevista na manhã desta segunda-feira (7), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a área técnica tem discutido a quarta dose das vacinas contra a Covid-19, mas que avalia que ainda não é o momento para a aplicação no Brasil.
“A área técnica tem discutido isso, a secretária Rosana conversou comigo na sexta-feira passada e disse que o grupo técnico ainda não avalia aplicar essa quarta dose nesse momento, mas, na prática, seria a dose de 2022”, disse o ministro.
Queiroga também assumiu que há um aumento no número de casos da Covid-19 e uma maior pressão no sistema de saúde. Na quinta-feira (3), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que, entre 24 e 31 de janeiro, 8 estados e o Distrito Federal estavam com ocupação crítica nos leitos de UTI.
“Assistimos a um aumento dos casos nessa última semana. Uma maior pressão sobre o sistema hospitalar, mas o número de óbitos não é proporcionalmente grande em relação ao número de casos. Ou seja, o número de casos muito maior e os óbitos não tem crescido nessa proporção”, disse.
O Fantástico noticiou neste domingo (6) que 85% dos mortes por Covid dos últimos 3 meses do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, não estava com a vacinação completa. O ministro não chegou a relacionar a alta dos casos aos movimentos antivacinação, e disse que a variante ômicron tem “um escapa maior”.
“A variante delta não causou tanto impacto no Brasil justamente pela nossa campanha de vacinação. No caso da variante ômicron, há um escape maior em relação às vacinas, como já tem demonstrado alguns estudos e é uma variante que tem maior transmissibilidade”, declarou.
As vacinas, no entanto, têm se mostrado a saída mais segura no combate a todas as variantes do coronavírus. No início de dezembro, as farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram nesta quarta-feira (8) que a aplicação de três doses da vacina delas aumenta em até 25 vezes os anticorpos que neutralizam a ômicron, na comparação com a aplicação de duas doses.
Um outro estudo preliminar indicou que as duas doses evitam casos graves nos contaminados com a variante nova e que, na prevenção de infecções, a eficiência da vacina é menor do que a constatada contra a versão original do coronavírus.