A queda de uma cabine de teleférico em Stresa, na região italiana do Piemonte, causou neste domingo (23) a morte de 14 pessoas, segundo os serviços de resgate.
Segundo a AFP, um dos dois menores que haviam ficado gravemente feridos, um menino de 9 anos, não resistiu. O presidente italiano, Sergio Mattarella, e o premier Mario Draghi expressaram “profunda dor”.
O acidente ocorreu às 12h30 (07h30 no horário de Brasília) a 100 metros da última estação de altura do teleférico, segundo um comunicado do ministério de Infraestruturas. Pode ter acontecido pelo rompimento de um cabo, provocando a queda da cabine.
O ministro das Infraestruturas, Enrico Giovanni, anunciou a criação de uma comissão de investigação. “É um fato dramático que avaliamos com a maior atenção”, disse.
Na cidade, as emoções estavam à flor da pele. Luisa Tesserin, uma estudante de 27 anos de Gênova, passava o fim de semana no lago.
“Vim a Stresa com os amigos para subir o Mottarone porque a vista é extraordinária. Pegamos o teleférico uma hora antes da tragédia. Quando subimos, não notamos nada estranho no fio, tudo estava normal”, disse à AFPTV.
O presidente da região piemontesa se declarou “devastado”. “É uma tragédia enorme, que nos deixa sem fôlego”, reagiu Alberto Cirio.
Imagens das autoridades mostram bombeiros e policiais em torno dos restos da cabine em uma área arborizada cujo declive íngreme dificulta o acesso. O Ministério Público de Milão abriu uma investigação por homicídio culposo e lesões por negligência.
Fechado entre 2014 e 2016
O popular teleférico turístico conecta em 20 minutos a cidade de Stresa ao monte Mottarone, que culmina a quase 1.500 metros e oferece uma vista espetacular dos Alpes e do Lago Maior. Ele permaneceu fechado entre 2014 e 2016 para trabalhos de manutenção.
O Lago Maior, entre Suíça e Itália, é um dos destinos mais apreciados pelos turistas italianos e estrangeiros.
O presidente de Liguria, região vizinha de Piemonte, lamentou uma “tragédia absurda” ocorrida em um momento em que a Itália aproveita o desconfinamento, após meses de restrições sanitárias. “Um domingo de reabertura que deveria ser portador de esperanças”, disse Giovanni Toti.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou no Twitter, em uma mensagem em italiano, suas “mais sinceras condolências às famílias e aos amigos que perdiram entes queridos neste trágico acidente”.
Vários acidentes letais de teleféricos ou gôndolas ocorreram nos últimos 50 anos na Europa.