A Petrobras perdeu quatro membros do seu Conselho de Administração. João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha pediram para deixar os postos de conselheiros da estatal. Os quatros são indicados pelo governo, o acionista controlador da estatal.
Segundo o jornal O Globo, a saída deles está relacionada à decisão do presidente Jair Bolsonaro de mudar o comando da companhia, após a alta nos preços dos combustíveis há duas semanas. Para seu lugar, foi indicado o general Joaquim Silva e Luna. Mas o nome precisa passar pelo aval dos acionistas em assembleia, que ainda não tem data marcada.
A Petrobras informou que todos os conselheiros foram convidados para a recondução de seus postos, mas recusaram.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta terça-feira, Omar, ex-presidente da Shell, disse que “em virtude dos recentes acontecimentos relacionados as alterações na alta administração da Petrobras, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução de meu nome como Conselheiro desta renomada empresa, na qual tive o privilégio de servir nos últimos sete meses”.
Na carta, Omar destacou ainda que “se manteve aderente as estratégias devidamente aprovadas, e seguindo os mais altos níveis de governança e de conformidade com os estatutos da empresa, e aos mais altos padrões de gestão empresarial”.
Ele criticou a postura do governo nas últimas semanas: “A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial. Sendo assim, acredito que minha contribuição ao Conselho de Administração e à empresa seria fortemente afetada,e minha efetividadereduzida.Agradecendo mais uma vez a forma elegante e profissional como você e os demais companheiros deste CA me recepcionaram, subscrevo-me.”
Paulo Cesar de Souza e Silva pediu para sair em virtude do seu mandato ser “interrompido inesperadamente”. Elogiou a atual diretoria: ” Registro meu respeito e reconhecimento pelo excelente trabalho desenvolvido pela diretoria executiva e funcionários da Petrobras bem como pelos meus colegas Conselheiros sob a liderança do Presidente Eduardo Leal”.
Já Cox e Ziviani destacaram apenas “razões pessoais”.
Além deles, o atual presidente da estatal Roberto Castello Branco, que também é conselheiro, vai deixar a empresa no dia 20 de março. Com isso, a União vai precisar buscar quatro novos nomes para o novo conselho. Eles vão ser indicados em Assembleia Geral Extraordinária (AGE). É ainda o caso do general Silva e Luna que terá assento também no board.
Nome de General: parecer em até 16 dias
Em outro comunicado, a estatal explicou que a Assembleia Geral de Acionistas é quem vai eleger os membros do Conselho de Administração. ” E cabe ao Conselho de Administração, por sua vez, eleger os diretores Executivos, sendo que o diretor-presidente da Petrobras deverá ser escolhido dentre os Conselheiros”, informou a empresa.
A estatal lembrou que a análise do Comitê de Pessoas deve ser feita no prazo de oito dias úteis a partir da entrega de todas as informações necessárias para a indicação de Joaquim Silva e Luna, podendo ser prorrogado por mais oito) dias úteis. “Com relação à indicação do Senhor Joaquim Silva e Luna, os processos internos de governança ainda estão em curso”, disse a estatal.