As autoridades chilenas decretaram na quarta-feira (13) uma quarentena obrigatória em toda capital Santiago, após um aumento de 60% dos novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas no país, que somam 34.381 infectados desde março.
“A medida mais severa que devo anunciar é uma quarentena total na Grande Santiago, onde se concentram mais de 80% dos infectados do país, disse o ministro da Saúde, Jaime Mañalich.
As novas medidas respondem a um recorde de 2.660 novos casos de coronavírus e 11 novos óbitos nas últimas 24 horas. A quarentena abrange comunas da capital onde havia sido suspenso o confinamento obrigatório nas últimas semanas.
O Chile havia optado até agora por uma estratégia de quarentenas dinâmicas ou seletivas, em vez de fechar as cidades por completo.
Mas o aumento de infecções, especialmente em Santiago nos últimos 10 dias, levou as autoridades a decretar pela primeira vez o fechamento completo da capital chilena, com quase sete milhões de habitantes.
As cidades de Iquique e Alto Hospicio, no norte do país, e as pessoas com mais de 75 anos de idade em todo o Chile, também receberam ordens de quarentena obrigatória.
O endurecimento das restrições implica que as pessoas não poderão sair de suas casas, exceto para comprar comida ou medicamentos com permissão.
Os contágios começaram a crescer no Chile no início de maio, quando o governo do presidente Sebastián Piñera começou a propor uma estratégia de “nova normalidade” e um “retorno seguro” depois de celebrar ter atingido um “platô” de infecções, com uma taxa diária que por mais de uma semana variou entre 400 e 500 casos, em média.
Além disso, as autoridades anunciaram nos últimos dias a realização de cerca de 12.000 testes diários de PCR (swab nasofaríngeo), uma média considerada alta para um país de quase 18 milhões de habitantes.
No entanto, na semana passada, o tom das autoridades de saúde mudou dando o início às discussões sobre a “luta de Santiago”.
“O mês de maio está sendo muito difícil para o nosso país e temos que tomar as medidas apropriadas no momento certo para acabar com esta doença”, acrescentou o ministro Mañalich, que descartou o colapso na rede de saúde no momento.
Ele garantiu que a letalidade por coronavírus no Chile continua baixa, com 346 mortes desde 3 de março.
Segundo as autoridades, a rede de saúde – que inclui serviços públicos e privados – contava até esta quarta-feira com 553 respiradores mecânicos disponíveis e novas unidades seriam adicionadas nos próximos dias.