Entre 2008 e 2018, o Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) na Bahia caiu 35,7%: de 0,308 para 0,198. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (23). A redução significa que houve aumento da qualidade de vida no estado, já que, quanto mais perto o índice ficar de zero, melhor.
O recuo da perda de qualidade de vida entre a população baiana foi o quinto maior entre todos os estados do Brasil; mais intenso que o do país como um todo (-30,8%); e o segundo mais acentuado do Nordeste, abaixo apenas do de Sergipe (-38,8%).
Ainda segundo o IGBE, a melhoria da qualidade de vida teve como reflexo um aumento do Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) na Bahia, que saiu de 4,609, em 2008, para 5,622, em 2018. A alta do IDS baiano, de 22%, também foi maior que a nacional (+12,8%) e a quarta mais intensa entre as unidades federativas.
Razões
Enquanto o Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) identifica as privações que as pessoas enfrentaram, o Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) avalia o progresso socioeconômico num balanço entre essas privações e a renda familiar disponível.
Entre as dimensões que podem levar a perdas de qualidade de vida, transporte e lazer foi a que mais perdeu importância em termos de impacto negativo no desempenho socioeconômico da Bahia entre 2008 e 2018, o que indica uma melhora da avaliação dessa dimensão por parte da população.
Por outro lado, as privações relacionadas a moradia foram as que mais ganharam importância como impacto negativo no período de 10 anos. Além disso, o acesso a serviços financeiros e padrão de vida se tornou a dimensão com maior efeito negativo sobre o desempenho socioeconômico do estado.
Sobre os índices
A partir dos resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017–2018 e seguindo recomendações das Nações Unidas, o IBGE elaborou, pela primeira vez, um índice multidimensional para a perda de qualidade de vida (IPQV) e um índice que mede o desempenho socioeconômico (IDS) — ambos já divulgados em 2021.
Após um trabalho de compatibilização da POF 2017–2018 com a de 2008–2009, foi possível traçar uma evolução desses indicadores em uma década.
O Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) e o Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS), lembra o instituto, são estatísticas experimentais, ou seja, ainda estão em fase de teste e sob avaliação.