O cálculo considera o dinheiro necessário para despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência
O valor suficiente em outubro para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência foi de R$ 3.783,39.
O cálculo do salário mínimo “necessário” é elaborado há 24 anos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A base de preços usada é o valor da cesta básica mais cara.
No mês passado, a cesta mais cara foi a de Florianópolis (R$ 450,35), seguida pelas de Porto Alegre (R$ 449,89), São Paulo (R$ 446,02) e Rio de Janeiro (R$ 443,69). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 329,90) e Recife (R$ 330,20).
Os R$ 3.783,39 de outubro ficaram mais elevados tanto em relação aos R$ 3.636,04 de agosto, quanto dos R$ 3.754,16 de outubro do ano passado.
O valor do salário mínimo “suficiente” atual é 3,9 vezes mais alto do que o salário mínimo em vigor, que é de 954 reais.
Reajuste em 2019
Em agosto, a proposta do Orçamento Geral da União, enviada ao Congresso Nacional, fixou em R$ 1.006 o salário mínimo para o primeiro ano do próximo governo.
Em 2019, a fórmula atual de reajuste será aplicada pela última vez. Pela regra, o mínimo deve ser corrigido pela inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) dos dois anos anteriores.
Cabe ao novo governo decidir se mantém a fórmula antiga, cria uma nova ou se decide o valor ano a ano de forma discricionária.
Consequências
Em um vídeo, o economista Carlos Eduardo Gonçalves explica quais seriam as consequências práticas se o salário mínimo saltasse bruscamente para o patamar calculado pelo Dieese:
“O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? (…) Você acha que elas vão continuar todas empregadas ganhando R$ 3.700 ou elas vão ser mandadas emboras porque a contribuição delas pro produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”.
Por Clara Cerioni