O ano de 2023 apresentou um panorama interessante para as finanças dos clubes de futebol no Brasil. Mesmo com um montante ainda elevado de dívidas, registrado em R$ 8,9 bilhões, houve uma redução de 21% em relação aos valores da temporada anterior, que atingiram R$ 11,3 bilhões. Esse cenário financeiro reflete diversos fatores que influenciaram as operações dos clubes ao longo do ano.
Um dos aspectos mais significativos é o aumento de 20% nos custos relacionados ao futebol, que alcançaram R$ 6,8 bilhões. Apesar do crescimento significativo desses custos, muitas equipes conseguiram fechar o ano com superávits, impulsionados em parte pelos recursos provenientes da Liga Forte União. No entanto, ainda há desafios consideráveis para certos clubes, especialmente aqueles com maiores passivos financeiros.
Como os clubes gerenciam suas dívidas?
A administração das dívidas dos clubes varia significativamente, dependendo de fatores como tamanho, sucesso esportivo e modelos de governança adotados. Nos últimos anos, muitos clubes brasileiros adotaram o modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF), que trouxe uma nova dinâmica de gestão e colaboração com investidores. A implementação desse modelo tem se mostrado eficaz na redução gradual das dívidas de algumas equipes.
Entre os clubes que não apresentaram dívidas estão o Cuiabá, o Goiás e o Athletico-PR. O Athletico-PR, em particular, conseguiu resolver suas pendências relacionadas à construção de sua arena, resultando em um superávit histórico. Este equilíbrio financeiro representa um modelo potencial a ser seguido por outros clubes em situação financeira mais precária.
Ranking das dívidas dos clubes brasileiros (maior para menor):
- 1º lugar: Atlético-MG – R$ 1,35 bilhão
- 2º lugar: Palmeiras – R$ 942,6 milhões
- 3º lugar: Internacional – R$ 899 milhões
- 4º lugar: Corinthians – R$ 885,8 milhões
- 5º lugar: Vasco – R$ 749,3 milhões
- 6º lugar: São Paulo – R$ 666,7 milhões
- 7º lugar: Santos – R$ 605,7 milhões
- 8º lugar: Fluminense – R$ 597,3 milhões
- 9º lugar: Grêmio – R$ 526,2 milhões
- 10º lugar: RB Bragantino – R$ 407,9 milhões
- 11º lugar: Botafogo – R$ 309,8 milhões
- 12º lugar: Bahia – R$ 299 milhões
- 13º lugar: Coritiba – R$ 198,3 milhões
- 14º lugar: América-MG – R$ 137,1 milhões
- 15º lugar: Flamengo – R$ 68,4 milhões
- 16º lugar: Ceará – R$ 59,5 milhões
- 17º lugar: Fortaleza – R$ 6,6 milhões
- 18º a 20º lugar: Cuiabá, Goiás e Athletico-PR – Sem dívidas
Quais clubes possuem as maiores dívidas em 2023?
Outros clubes com dívidas elevadas incluem o Palmeiras, com R$ 942,6 milhões, e o Internacional, com R$ 899 milhões. Ambos conseguem equilibrar suas finanças com incrementos nas receitas e revisões de custos operacionais. Essa redução no crescimento das dívidas, embora ainda desafiadora, oferece uma perspectiva positiva em termos de conquistas tanto dentro quanto fora dos campos.
Olhar para o futuro: uma caminhada para a sustentabilidade?
O caminho para a sustentabilidade financeira dos clubes de futebol no Brasil passa, entre outras estratégias, pela melhoria nas práticas de gestão e pelo fortalecimento das receitas comerciais e de transmissão. O futebol brasileiro tem potencial para transformar seu cenário financeiro de maneira sustentável, investindo em formação de talentos, ampliando as bases de torcedores e explorando mercados internacionais.
Embora o desafio de administrar grandes dívidas permaneça para muitos clubes, as evoluções vistas em 2023 indicam uma tendência positiva de adaptação e aprimoramento nas práticas de gestão. A implementação de modelos de governança corporativa mais rigorosos, associados a uma comunicação transparente e eficaz com investidores e torcedores, formam a base de uma revolução financeira em curso no futebol brasileiro.