Quando o assunto são as fontes de energia usadas no Brasil, as renováveis merecem destaque especial. Afinal, o uso delas aqui no país é três vezes maior que no resto do mundo.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, as fontes renováveis de energia alcançaram uma demanda de 46,1% de participação na matriz energética.
A demanda total de energia chegou a 294 milhões tep, mostrando crescimento de 1,4% sobre 2018, acima da taxa do PIB (1,1%), e respondendo por 2% da energia mundial. A energia solar cresceu 92% e a eólica, 15,5%, fontes que, somadas, contribuíram com 50% do aumento da participação das renováveis na matriz.
Além disso, o consumo residencial de energia elétrica cresceu 3,5% e o consumo comercial cresceu 4,5%. O de biocombustíveis líquidos no setor de transportes (etanol e biodiesel) teve crescimento de 11%, chegando a uma participação de 25,1% na energia total do setor, indicador 8 vezes maior que o mundial.
Esses dados fazem parte da Resenha Energética Brasileira de 2020, que ainda destaca números relacionados ao indicador de segurança energética, que o país foi dependente de importações de energia até 2017. Em 2018 teve superávit de 1,4% e em 2019 este superávit aumentou para 4,9% (produção primária acima da demanda total).
Os aumentos de 7,6% na produção de petróleo e de 9,5% na produção de gás natural foram determinantes no melhor superávit de energia.
5 maiores fontes de energia elétrica no Brasil
Agora, além de listamos quais são as principais fontes de energia elétrica em nosso país, também vamos falar um pouquinho a respeito de cada uma delas. As 5 principais são: hidrelétrica, termoelétrica, eólica, nuclear e solar.
Energia Hidrelétrica
Em primeiro lugar, a geração de energia a partir das usinas hidrelétricas corresponde a mais de 64% da matriz energética nacional e estima-se que atualmente apenas 35% do potencial hidrelétrico esteja sendo explorado.
As usinas hidrelétricas utilizam a força da água para produção de energia elétrica. Para que isso aconteça, são construídas barragens em rios com o objetivo de represar a água, formando um reservatório, muito semelhante a um lago.
Essa água, que fica represada, é captada e conduzida por meio de tubulações até uma edificação chamada de casa de força, onde ficam as turbinas e geradores que vão transformar a pressão da água da barragem em movimento e esse movimento em energia elétrica.
Infelizmente, as grandes usinas impactam de forma negativa no meio ambiente. Esses impactos são consequência das grandes áreas de alagamento, dos desmatamentos realizados para sua construção e pelas alterações na estrutura dos rios.
Hoje em dia, existe uma grande burocracia para construção de grandes usinas e um alto custo de investimento e manutenção, possibilitando assim que apenas grandes empresas estatais façam investimentos nessa fonte de energia.
Porém, vale destacar que também existem pequenas hidrelétricas, que geram menos impactos ambientais, além de estarem atreladas a menos procedimentos burocráticos e terem um menor custo, permitindo que mais empreendedores entrem nesse mercado.
De acordo com especialistas, o mercado de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétrica (usinas de pequeno porte) possui um grande potencial a ser explorado, além de ser altamente lucrativo.
Energia Termoelétrica
Atualmente as usinas termelétricas são responsáveis por cerca de 27% da energia elétrica gerada no país. Elas operam por meio do aquecimento de água com combustíveis fósseis como carvão, gás natural ou derivados de petróleo.
Mas como se dá esse processo? O aquecimento da água produz vapor, cujo fluxo é conduzido por tubulações até as turbinas fazendo com que elas girem. As turbinas são conectadas a geradores que produzem um campo eletromagnético internamente, produzindo energia elétrica.
A energia produzida por termelétricas não é renovável, pois as usinas são alimentadas por combustíveis fósseis finitos. Como pode se imaginar, essas usinas geram um grande impacto ambiental, já que a queima de combustíveis fósseis, gera fumaça que polui o meio ambiente.
Energia Eólica
Diferente da termelétrica, que vimos anteriormente, a energia eólica é considerada 100% limpa e renovável. Hoje, ela representa cerca de 7% da energia gerada no Brasil.
Já existe um grande incentivo para investimentos em geração de energia eólica aqui no país – assim como em outros sistemas de geração de energia limpa – que vem crescendo bastante, como vimos nos dados logo no início do artigo.
Essa produção de energia acontece a partir de parques eólicos, que são construídos para aproveitar o potencial do vento e transformá-lo em energia elétrica. Eles operam por meio de turbinas – uma espécie de cata-vento – que giram impulsionados pelo vento.
Geradores são acoplados a essas turbinas e por causa de uma parte móvel interna chamada rotor, geram campos eletromagnéticos que são convertidos em energia elétrica.
A intermitência é considerada a principal desvantagem da geração de energia eólica. Isso porque nem sempre temos vento para geração de energia quando necessário. Por esse motivo, é considerada uma fonte de energia complementar.
Energia Nuclear
A energia gerada a partir de usinas nucleares corresponde a cerca de 1% da matriz energética nacional. Essas usinas utilizam elementos radioativos, principalmente o urânio, para gerar energia.
Nesse processo de geração, o núcleo do átomo de urânio é desintegrado, liberando grande quantidade de energia térmica (calor) – por isso o nome “nuclear”.
O calor liberado é utilizado para aquecer e transformar água em vapor. O vapor é levado por tubulações e promove o movimento de turbinas que, por sua vez, movem um gerador de eletricidade.
Para fazermos um comparativo, a capacidade produtiva de uma usina, para cada libra de carvão (453,59g) é possível gerar 1kWh de energia elétrica em uma usina termelétrica, enquanto que 1 libra de urânio produz 3 milhões de kWh de energia elétrica em uma usina nuclear.
No mundo, o Brasil está em sexto lugar com a maior quantidade de reservas de urânio. Esse potencial é pouco explorado, já que os riscos e impactos ambientais envolvidos no processo de geração de energia são muito altos.
Outro ponto que merece destaque é que no processo de quebra do núcleo de urânio (fissão), ocorre a liberação de resíduos radioativos. Ou seja, toneladas de lixo que permanecem radioativos por séculos, oferecendo riscos ao meio ambiente e à população que vive próximo ao local de armazenamento/descarte.
Aqui no país, existem duas usinas nucleares operando e uma em construção, na cidade de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) e a capacidade produtiva dessas três usinas juntas será de 3395 MW.
Energia Solar
A energia solar é a quinta maior fonte de energia no Brasil. Atualmente ela representa cerca de 0,1% da matriz energética nacional. É uma energia totalmente limpa e renovável, já que o sol é um recurso que não se esgota.
Essa geração de energia, que também pode ser chamada de fotovoltaica, acontece por meio do aproveitamento da luz do sol, que transforma essa luz em energia elétrica, utilizando painéis fotovoltaicos ou um sistema heliotérmico.
O sistema fotovoltaico utiliza aqueles painéis solares bem comuns no mercado, e por meio deles a irradiação solar é convertida diretamente em energia elétrica. Já no sistema heliotérmico, a energia do sol é convertida em energia térmica (calor) e posteriormente em energia elétrica.
O custo de investimento em energia solar ainda é considerado relativamente alto, porém, com incentivos e os avanços tecnológicos, vem diminuindo.
De modo geral, é uma fonte utilizada para microgeração de energia, onde o produtor, que pode ser uma casa, consome a energia gerada e quando há excesso. Esse produto é inserido na rede da distribuidora e gera-se crédito de energia para consumo.
Esse processo de gerar a própria energia e injetar o excesso na distribuidora, gerando créditos para o consumidor é chamado de geração distribuída, porém existem incentivos diferentes em cada estado, sendo necessário pesquisar os incentivos da concessionária local.