A implementação do sistema de QR Code para recolher assinaturas na Câmara não foi bem aceita segundo a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, pelos deputados. Muitos reclamam de acordo com o colunista, que a tecnologia dificultou a busca por apoio aos projetos que exigem aprovação de um terço da Casa.
Antes da pandemia, as assinaturas eram recolhidas por escrito, em listas que rodavam pela Câmara nas mãos de assessores parlamentares ou até de funcionários terceirizados. O uso do QR Code, visto como uma alternativa para aquela época, foi mantido com a volta dos trabalhos presenciais.
Deputados relatam que a coleta de assinaturas para a criação das frentes parlamentares já foi tumultuada, e que o QR Code emperrará a apresentação das propostas de emenda à Constituição (PECs).
Uma PEC precisa de 171 votos para começar a tramitar na Câmara. Na avaliação geral, o processo ficou mais trabalhoso por exigir maior empenho dos deputados em negociações corpo a corpo.
O PT já está sofrendo com o novo sistema. O deputado Rui Falcão, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, afirmou à coluna que o QR Code atravancou a coleta de assinaturas para a PEC dos Militares.
Disse Falcão: “O processo de coleta de assinaturas foi dificultado, precisa de um QR Code. Antes você telefonava e bastava o cara dizer “põe minha assinatura aí”. Então, agora, tem um processo mais moroso, precisa passar um por um e pedir para colocar no celular e tal”.