O presidente da Indonésia, Joko Widodo, afirmou durante uma entrevista nesta última quinta-feira (18) na AFP, que o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente chinês, Xi Jinping, estarão presentes na cúpula do G20, evento a ser realizado na ilha de Bali em novembro.
A presença de ambos os chefes de Estado na cúpula coincidiria com a do americano Joe Biden em um momento particularmente negativo nas relações de Washington com Moscou e Pequim devido à guerra na Ucrânia e às tensões em torno de Taiwan.
Até agora não era certo que Putin e Xi viajariam para a ilha indonésia de Bali para participar da cúpula de novembro. Moscou está isolada por parte da comunidade internacional desde a invasão da Ucrânia, e o líder chinês está tentando limitar suas viagens ao exterior devido à covid-19.
“Xi Jinping virá. O presidente Putin também me disse que virá”, disse Widodo em uma entrevista ao canal Bloomberg, em meio à tensões entre esses países e os Estados Unidos e seus aliados.
Widodo destacou a importância de diminuir as tensões geopolíticas e trabalhar em conjunto para combater os efeitos da pandemia e da inflação, a fim de contribuir para a prosperidade entre os países.
Os Estados Unidos e alguns países europeus pediram a expulsão de Moscou do G20 devido à invasão da Ucrânia em fevereiro passado, que causou uma crise de refugiados e aumentou o risco de um ataque nuclear.
Em março do ano passado, a embaixadora russa em Jacarta, Lyudmila Vorobieva, já informou que Putin pretendia participar do G20. Vorobieva descreveu como “desproporcional” a pressão contra Moscou e criticou que as sanções não sejam aprovadas contra Israel por seus ataques a Gaza ou contra os Estados Unidos.
Em junho de 2021, Widodo, também conhecido como Jokowi na Indonésia, viajou para a Rússia e Ucrânia, onde se encontrou com líderes de ambos os países, Putin e Volodmir Zelenski, para tentar mediar o conflito. Jacarta, que sofreu pressão ocidental para excluir Putin da cúpula de novembro, manteve uma posição de neutralidade em relação ao conflito na Ucrânia.
As tensões com a China também aumentaram após a presidente do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visitar Taiwan, o território autônomo que a China considera uma província rebelde.