O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e seu contraparte russo, Vladimir Putin, abordaram nesta segunda-feira (24), em conversa por telefone, o fortalecimento de sua “associação estratégica”, assim como vários aspectos da relação bilateral.
O diálogo se concentrou na coordenação dos dois países no âmbito internacional, “de acordo com os princípios da associação estratégica e as tradições de amizade e entendimento mútuo”, informou o Kremlin em nota à imprensa.
Díaz-Canel informou no Twitter ter mantido uma “cordial e frutífera conversa telefônica” com Putin, na qual dialogaram sobre o “excelente estado” das relações, o “desenvolvimento futuro” de seus vínculos e também sobre a “atual situação internacional”.
Díaz-Canel e Putin falaram de cooperação comercial, econômica e investimento bilateral, enquanto o presidente cubano também agradeceu a ajuda humanitária de alimentos e medicamentos, proporcionada pelo governo russo durante os momentos mais críticos da pandemia de covid-19 na ilha.
A conversa ocorre no contexto da crise na fronteira russo-ucraniana e depois de a ativação de alertas por uma declaração, duas semanas atrás, do vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Ryabkov, que não descartou uma mobilização militar em Cuba ou na Venezuela.
“Não quero confirmar nada (…), nem descartar”, disse Ryabkov em resposta a uma pergunta sobre o assunto no canal de televisão RTVI.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, considerou, por sua vez, que se tratou de uma “fanfarronice”, mas afirmou: “se a Rússia avançar nesta direção, nos ocuparemos do tema de forma decisiva”.
Para muitos, este diálogo evocou a crise de 1962, quando Estados Unidos e a então União Soviética esteve à beira da guerra nuclear depois que Moscou enviou mísseis balísticos a Cuba.