Nesta terça-feira (29), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que a Rússia conduziu um novo exercício de suas forças nucleares. Este é o segundo treinamento desse tipo realizado por Moscou em um intervalo de duas semanas, demonstrando a ênfase do país em manter suas capacidades nucleares operacionais e atualizadas.
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Putin destacou que o uso de armas nucleares seria uma “medida extremamente excepcional”, mas ressaltou a importância de manter essas forças em um estado de prontidão. Ele afirmou que a Rússia não pretende iniciar uma nova corrida armamentista, mas sim manter suas forças nucleares no nível de eficiência necessário.
Qual a justificativa de Putin para o exercício nuclear?
De acordo com o presidente russo, as forças nucleares devem estar continuamente prontas para uso, dadas as crescentes tensões geopolíticas e novas ameaças externas. As recentes mudanças na doutrina nuclear oficial da Rússia permitem que o país considere o uso dessas armas em situações de ataque apoiado por uma potência nuclear, servindo como um aviso implícito aos Estados Unidos sobre seu apoio à Ucrânia.
As mudanças na doutrina refletem a preocupação da Rússia com o potencial de ataques em seu território e sua necessidade de demonstrar capacidade e preparação militar para dissuadir inimigos potenciais.
Como foi o exercício divulgado pelo Ministério da Defesa?
O Ministério da Defesa da Rússia publicou imagens do exercício através do canal de comunicação Telegram. Durante o treinamento, foram realizados lançamentos práticos de mísseis balísticos e de cruzeiro. O exercício visou verificar a preparação dos órgãos de comando militar e a competência do pessoal no controle das tropas.
Segundo o ministro Andrei Belousov, o exercício simulou um “ataque nuclear massivo” em resposta a um primeiro ataque de um inimigo. Este tipo de treinamento é estratégico para assegurar que as forças russas possam responder eficazmente em caso de ameaça real.
Quais são os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia?
Paralelamente aos exercícios nucleares, a situação militar entre Rússia e Ucrânia continua a evoluir. De acordo com análises do grupo de mídia russo Agentstvo, a Rússia avançou significativamente sobre o território ucraniano na última semana de outubro, capturando 196,1 km² de terras. Essencialmente, este foi o avanço mais rápido registrado pelas forças russas no ano de 2024.
O enfraquecimento das defesas ucranianas na região de Donbas foi, em parte, atribuído à realocação de tropas por Kiev para a região de Kursk, sem que a Rússia fizesse o mesmo movimento. As áreas perto das cidades de Vuhledar e Pokrovsk, na região de Donbas, testemunharam avanços russos significativos.