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segunda-feira 4 de abril de 2022 às 12:08h

“PT está fazendo de tudo para perder a eleição”, dizem aliados

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Segundo Diego Amorim, não é só o Centro Democrático que está batendo cabeça. A esquerda, que, em geral, costuma ter uma habilidade maior de esconder suas desavenças internas, tem deixado vir à tona uma série de desencontros que, na avaliação de lideranças desse grupo político, tem ajudado a fortalecer Jair Bolsonaro — segundo o Instituto Paraná Pesquisas divulgou no fim de semana, Lula e Bolsonaro já estariam empatados em São Paulo, maior colégio eleitoral do país.

Ontem, o PT disse que cravou seu apoio a Marcelo Freixo, ex-PSOL e hoje no PSB, ao governo do Rio de Janeiro, com André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa, na vaga ao Senado. Mas o PSB mantém a pré-candidatura ao Senado do deputado Alessandro Molon, o que ainda poderia provocar alguma reviravolta, não sem traumas.

O caso do Rio é emblemático para entender a cizânia da esquerda nas composições de chapa nos estados: há quem, nos bastidores, acredite até que o PT esteja realmente flertando com o bolsonarista Cláudio Castro, candidato à reeleição pelo PL. Na semana passada, Ceciliano esteve na festança de aniversário do governador, junto com Flávio Bolsonaro.

No fim de março, já havíamos noticiado como Lula tem rifado aliados para garantir o seu projeto e o projeto do PT em primeiro lugar sempre — a Bahia é outro exemplo forte disso. Mas este é o Lula: se precisar sangrar aliados para voltar ao poder, ele o fará sem desconforto algum. Vale tudo, vale “fazer o diabo” — expressão usada por Dilma às vésperas das eleições de 2014.

Ontem, Paulo Pimenta, deputado petista do Rio Grande do Sul e autor do requerimento de um dos pedidos de CPI para “investigar” a Lava Jato — que nunca saíram do papel –, resolveu atacar publicamente Randolfe Rodrigues (Rede), convidado para ajudar a coordenar a campanha de Lula, e Alessandro Molon (PSB).

“Vamos olhar para frente e todos os bolsonaristas e lavatistas que se arrependeram publicamente serão aceitos no palanque do Lula. Não me importa se Randolfe e Molon estiveram com Moro e Marcelo Bretas. O que importa é que querem estar conosco em 2022”, escreveu Pimenta no Twitter, sendo imediatamente repercutido por blogs petistas.

Também ontem, Randolfe havia dado uma entrevista para o site Metrópoles, na qual, entre outras coisas, dizia que “Bolsonaro vencerá se Lula não for mais plural”. No último dia 25, o deputado Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, partido que acolheu a deputada Marília Arraes, que deixou o PT em Pernambuco após brigas internas, disse a O Antagonista que Bolsonaro ainda está no páreo. Ele afirmou que o PT precisaria entender que será fundamental “ampliar alianças para além da esquerda”.

Em reservado, lideranças da esquerda já avaliam que, se Lula e o PT continuarem agindo contra aliados em nome do projeto próprio de poder (e, de novo, Lula e o PT não sabem fazer diferente), ficará difícil enfrentar a máquina estatal na mão do Centrão bolsonarista.

Se, antes, a preocupação na esquerda consistia em, principalmente, conter “arroubos” de Lula — assim como Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto tentam conter “arroubos” de Bolsonaro –, agora a situação é mais complexa. Dirigentes de outros partidos de esquerda afirmam que o PT e o ex-presidente “estão fazendo de tudo para perder a eleição” em outubro.

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