Presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) afirmou conforme a Folha de S. Paulo, que o partido fará esforço para defender o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que será instalada no Congresso tendo a organização como alvo.
Lideranças do MST têm manifestado temor de que o movimento fique desamparado diante da atenção que tem concentrado a CPI para investigar os ataques golpistas de 8 de janeiro. Após invasões do chamado abril vermelho, o MST recebeu críticas de diversos ministros, como Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
“Estamos empenhados, sim, em proteger o MST. Já conversei com Zeca [Dirceu, líder do partido na Câmara], com [José] Guimarães [líder do governo na Câmara] e outros deputados. Essa CPI é tentativa de criminalizar o movimento. Isso já aconteceu antes. Não vamos deixar acontecer”, afirma Gleisi ao Painel.
O movimento já foi alvo de quatro CPIs no Congresso, sendo a primeira a CPMI da Terra, que funcionou entre 2003 e 2005 e sugeriu, em seu relatório final, que fosse aprovado um projeto de lei que tipificasse invasão de terra como crime hediondo e ato terrorista.
“O MST é muito importante para os movimentos populares e sociais. É o maior movimento organizado no Brasil e contribui muito para o nosso desenvolvimento, com suas cooperativas, produção orgânica, agricultura camponesa. Além disso, pratica uma imensa solidariedade com outros movimentos e com a população mais pobre no Brasil. Na pandemia, distribuíram toneladas e toneladas de alimentos nas periferias brasileiras”, completa a presidente do PT.
O ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e atual deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) é o favorito para assumir a relatoria da comissão. Já o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), autor do requerimento da CPI, deverá presidir o colegiado.
Reportagem da Folha mostrou que a oposição avalia que a CPI do MST pode gerar mais desgaste ao governo Lula do que a do 8 de janeiro.