Conforme artigo do colunista Alberto Bombig, do UOL, a escolha do deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) para ser o coordenador da bancada paulista na Câmara dos Deputados, com o apoio do PT paulista, foi mais um passo importante do governo Lula para rachar o partido de Jair Bolsonaro, avaliam líderes governistas ouvidos pela coluna.
Rodrigues é quadro partidário da extrema confiança de Valdemar Costa Neto, o presidente do PL, e já foi ministro dos Transportes do governo Dilma Rousseff (PT). Porém, a relação dele com os petistas não passa pela ex-presidente, mas por caciques do partido em São Paulo que têm ligação direta com Lula, como o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
Por conta disso, o PT já desenha um plano para aproximar Rodrigues do governo e ampliar a divisão interna no PL, isolando o grupo radical ligado ao ex-presidente Bolsonaro. Entre as ideias, está a de oferecer a Rodrigues cargos de segundo escalão na estrutura federal em São Paulo. Ainda há vagas importantes para serem preenchidas no Porto de Santos e na Ceagesp, por exemplo.
Em privado, um parlamentar envolvido nessa articulação disse que as vagas poderiam ser preenchidas por indicações feitas diretamente por Valdemar da Costa Neto, desde que “apadrinhadas” por Rodrigues. O presidente do PL mantém sua base política em São Paulo e já comandou postos importantes na estrutura federal do estado quando apoiava os governos petistas.
A bancada paulista, composta por 70 deputados e três senadores, costuma definir em conjunto a destinação de suas emendas. São colegas de Rodrigues no PL-SP os deputados Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e Ricardo Salles, por exemplo, todos de oposição ao governo Lula e ligados a ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A expectativa é de que a escolha de Rodrigues amplia o poder chamado grupo dos moderados, que defendem o diálogo com o governo Lula, dentro da bancada de 99 deputados federais do PL.