Os petistas já mapearam os partidos e descobriram que Lula caminha para ter uma “base móvel” — ou seja, ora fechada com o Palácio do Planalto, ora mais arredia. As conversas políticas que o presidente eleito manteve até aqui indicam de acordo com Denise Rothenburg, do Correio Braziliense, que o futuro governo só conseguirá trabalhar projeto a projeto. Em algumas propostas — leia-se reforma tributária —, caminha para aprovar uma emenda constitucional. Mas, se quiser revogar a reforma trabalhista, por exemplo, não será fácil.
A conclusão é que todos os partidos de centro estão rachados, com uma parte afinada com o atual governo e outra com Lula. O PSD de Gilberto Kassab, por exemplo, com seus 42 deputados, tem 21 mais afeitos a Lula e 21 com um perfil mais à direita. Nos demais, a situação não é muito diferente. A conclusão é que, mesmo com todos os partidos participando do governo, não haverá uma base sólida para o que der e vier.