Segundo ele, depois que a crise se tornou pública, ele e o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, não conversaram a respeito com o presidente. “Não tivemos oportunidade de conversar. Possivelmente conversamos no início da semana, a partir de segunda-feira. Talvez a gente converse em São Paulo. Espero que avance positivamente.”
Olímpio voltou a criticar a interferência dos filhos do presidente nas questões do partido. “Temos no presidente Bolsonaro nosso ícone único, nosso líder maior no partido. Os demais têm que se alinhar com as situações. Com o Eduardo e o Flavio eu não quero papo. Sou aliado do pai. Os filhos têm que ser mais cordatos, mais responsáveis, e ele não pode confundir a questão de filhos com a questão de filiados.”
Ao mesmo tempo em que defende a permanência de Bolsonaro no PSL, afirmando que o presidente tem 100% de aprovação dentro do partido, o líder no Senado mantém as críticas contra dois dos filhos do presidente. “Os filhos (Eduardo e Flavio) são filiados e têm que se portar como filiados, não querer ser distinguidos da forma como estão querendo, Acabam atrapalhando o pai, atrapalhando o partido. Não pode esse sentimento de ser príncipe, isso não existe aqui. Não reconheço a monarquia no Brasil.”
O senador disse esperar que o presidente não deixe o PSL. “Estamos 24 horas por dia tentando debelar essa crise. O partido cresceu em função do Jair Bolsonaro, mas ele se tornou presidente em função do PSL. Foi o único partido que se escancarou para ter a garantia do Bolsonaro ser candidato. Nesse momento, o PSL e Bolsonaro se completam. Tem partido com três ministros no governo que vota quando é conveniente, quando não é não vota e ainda faz manifestações contrárias.”
Major Olímpio não considera que eventual saída de Bolsonaro seria uma traição ao PSL. “Ele é presidente da República e, se entender por sair, não há traição de lado nenhum. Em relação a alguns parlamentares que engendraram para tentar destituir a executiva nacional, eu vejo como traição. Acredito em medidas que serão tomadas em relação aos que conspiraram. Não cito nomes porque os nomes de mais de 20 estão numa carta lá assinada por eles. Não é questão de expulsão, tem que ver o que o estatuto diz.”
Sobre a afirmação do presidente de que pediria uma auditoria no PSL, o senador disse que ele foi mal informado a respeito. “Eu tenho certeza de que as informações levadas ao presidente são inconsistentes. Até se falar em prestação de contas, fundo partidário é recurso público, é auditado.
Plantaram na cabeça do presidente fatos inexistentes, mas defendo a auditoria plenamente. São Paulo não pode receber repasses porque tem uma pena do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) que impede de repassar recursos até novembro. Têm babacas que não conhecem nem o que é administração de partido. Se o presidente está cobrando isso, acredito que ele recebeu informações distorcidas, maledicentes.”