O PLS (Partido Social Liberal), do presidente Jair Bolsonaro, diz ter incorporado 188 mil associados em sua campanha de filiação iniciada em 17 de agosto. Com isso, ultrapassaria 459 mil quadros, 1 crescimento de 70% em relação aos 271 mil que constam nos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de agosto.
Eis a quantidade de filiações solicitadas por região:
- Norte: 10.942
- Nordeste: 22.550
- Centro-Oeste: 21.127
- Sudeste: 90.978
- Sul: 42.758
Os dirigentes do partido querem dobrar o número de filiados até outubro deste ano e chegar a 1 milhão até as eleições de 2020.
No entanto, nem todo pedido de filiação é deferido. Quem solicita, precisa estar em pleno gozo dos direitos políticos para ser aceito. É vedada, por lei, a dupla filiação. A Justiça Eleitoral ainda analisa os dados .
O número chama atenção. O mês com mais filiações do partido foi outubro do ano passado: 20.000 novos membros. Se confirmados os dados, a campanha teria multiplicado por 9 o próprio recorde da legenda.
Bolsonaro mira em 2020
Bolsonaro já afirmou que pretende controlar as ações do partido para conseguir o comando de mais prefeituras nas eleições municipais do ano que vem.
“Estou acertando com o partido para ver se eu consigo ter a maioria das ações. Se eu tiver, quero me empenhar por algumas prefeituras e quem vai escolher, democraticamente, vai ser eu. O partido local vai ter sua participação, mas a palavra final vai ser nossa. Se não quiser, não tem problema nenhum. Não entro na campanha daquele município. O que eu quero é uma pessoa que tenha o coração verde e amarelo igual ao nosso.”
Na última eleição municipal, em 2016, o partido conquistou as prefeituras de apenas 30 cidades. Nenhuma no G93 (grupo das 26 capitais e 67 municípios com mais de 200 mil eleitores).
Por que isso importa
O PSL é para Bolsonaro o que o PRN (hoje extinto) foi para Fernando Collor: partidos postiços, sem organicidade nem ideologia definida.
O chefe do PSL é 1 político tradicional de Pernambuco, Luciano Bivar. Sua trajetória contradiz tudo o que Bolsonaro fala sobre renovação na política. O partido é 1 ajuntamento de 53 deputados que só foram eleitos por terem surfado na onda bolsonarista de 2018.
Nesse contexto, a tentativa do PSL é não repetir a história do PRN. Quer se firmar como agremiação partidária. Segurar Bolsonaro dentro da legenda. Ocorre que filiar eleitores de maneira maciça em todo o país parece ser algo artificial. Pouco eficaz para dar cara à legenda.
Para virar 1 partido de fato é necessário definir uma política clara sobre os princípios que defende e seguir a orientação dentro do Congresso. Não há sinais de que isso vá acontecer.