O presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), disse nesta segunda-feira (19) que, em nome de uma unidade “distante da polarização”, o partido não descarta renunciar a ter uma candidatura própria na próxima eleição presidencial, prevista para ocorrer em 2022.
“O PSDB está aberto até o último momento nas convenções de construir essa unidade no campo distante da polarização entre o presidente [Jair] Bolsonaro e o ex-presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] (PT)”, afirmou o ex-deputado federal em entrevista ao jornal O Globo.
Como condicionante, Bruno Araújo frisou que “ninguém pode querer um apoio sem ter disposição de apoiar”. As regras para as prévias do PSDB já foram definidas e o processo está programado para ocorrer em novembro.
Para o presidente da sigla, pesquisas de intenção de voto divulgadas recentemente mostram que “uma maior parte do eleitorado brasileiro” prefere “votar nem um, nem em outro”, referindo-se a Lula e a Bolsonaro, o que abre margem para uma candidatura de centro viável.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no início do mês, a reprovação de Bolsonaro subiu a 51%, maior índice entre os 13 levantamentos feitos pelo instituto desde que o presidente assumiu o governo, em janeiro de 2019.
O levantamento também mostrou o cenário eleitoral para 2022, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliando a vantagem que já tinha sobre Bolsonaro, com o primeiro possuindo 58% e o segundo 31% das intenções de voto em um segundo turno.
Analisando o cenário, Araújo afirmou que, entre mirar em Lula ou em Bolsonaro para cavar um nome de centro no segundo turno, “a maior visibilidade está em ocupar a vaga” do atual presidente. “Se isso acontecer, acho que esse candidato tende a ser o próximo presidente”, afirmou.