Após o governador Rui Costa (PT) dizer que a tendência é o senador Jaques Wagner (PT) ser o candidato do grupo ao governo estadual nas eleições de 2022, o PSD baiano preferiu, conforme o Bahia Notícias, não endossar a escolha petista e reforçou que o nome da sigla para a disputa é o presidente da legenda na Bahia, senador Otto Alencar.
Em entrevista ao Bahia Notícias, Otto e o senador Angelo Coronel (PSD), caciques da sigla no estado, enfatizaram que a opinião de Rui não representa o conjunto da base aliada, e, sim, apenas o PT.
Na avaliação do presidente estadual do PSD, é precipitado falar em nomes para concorrer à sucessão do governador petista em 2022. “Só discutirei isso a partir de março de 2022”, disse Otto. Apesar de afirmar preferir não debater a questão, o senador lembrou que seu nome está no páreo.
A declaração de Rui gerou reações no PSD. Em nota à imprensa, o deputado federal Charles Fernandes saiu em defesa da candidatura de Otto, disse que ela é capaz de derrotar o sentimento de antipetismo e argumentou pela necessidade de revezamento entre os partidos no poder – o PT completa, em 2022, 16 anos na chefia do Executivo estadual.
Questionado se achou a declaração de Rui precipitada, o senador avaliou o posicionamento como natural. “Ele defendeu um nome do partido dele. É um bom nome, mas ainda é muito cedo para isso. Não é meu estilo precipitar os fatos. Eu só tomo decisão quando o momento exige decisão”, pontuou Otto.
Angelo Coronel reforçou que a opinião de Charles é “quase unânime” dentro do partido. Ao evitar demonstrar apoio ou rejeição automáticos a Wagner, disse que toda a sigla torce por ter candidatura própria.
“Como eu não tenho dúvidas que, além da candidatura do PSD, tem a de João Leão pelo PP. Podem surgir outras candidaturas de outros partidos que compõem o arco de alianças”, destacou. Leão, todavia, não pode ser candidato, após ter sido vice-governador nos últimos seis anos. Sem unanimidade dentro da base, Coronel sinalizou que a busca será por entendimento em prol de candidatura única.
“Como está longe para 2022, vamos trabalhar para que seja mantida a unidade do grupo, que não haja nenhuma sequela, nenhum dissabor para que as portas não fiquem fechadas. Quando afunilar o prazo de escolha das candidaturas, vamos tentar conquistar aqueles que possam vir a somar com o nosso partido”, completou.