O anúncio de um instituto federal no interior de São Paulo é apenas um dos casos que acirraram os ânimos entre PSD e governo. O partido é mais um da base a reclamar da articulação política do governo Lula.
O MEC anunciou a criação de um instituto federal de educação em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Mas o anúncio foi feito em parceria com o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), que nas eleições apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para piorar, um deputado da base de Lula, Ricardo Silva (PSD-SP), faz oposição ao prefeito e não foi sequer lembrado para o lançamento em seu reduto eleitoral.
A bancada do PSD na Câmara usou esse e outros argumentos para convocar uma reunião de emergência com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no fim da semana passada.
Outra insatisfação apontada pelos parlamentares é com relação ao espaço. Alegaram que as bancadas de deputados federais de União Brasil e MDB têm dois ministérios cada uma, enquanto o PSD tem apenas a Pesca. E que, para piorar, a pasta não tem em sua estrutura autarquias e órgãos regionais.
Os parlamentares ainda lembraram Padilha que, dos partidos de Centro, o PSD é o mais fiel. Um importante deputado afirmou no evento que a sigla foi a que — na comparação com MDB e União — mais entregou votos na PEC da Transição e menos tem assinaturas na CPMI dos Atos Antidemocráticos.
O partido espera, com o encontro, receber mais atenção e mais espaço do governo. Já o Planalto ganhou mais uma sigla descontente para administrar e contemplar.