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quarta-feira 27 de julho de 2022 às 19:25h

PSB diz que aliança com PT é indestrutível, apesar da disputa pelo Senado no RJ

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou na tarde desta quarta-feira (27) que a aliança com o PT é “indestrutível”. Segundo ele, a divergência com os petistas em torno da candidatura do deputado Alessandro Molon (PSB) ao Senado será discutida internamente “na base do diálogo e do convencimento”. Com cobranças do PT ao cumprimento do acordo entre os partidos, o pré-candidato ao governo do Estado, deputado Marcelo Freixo, selou a aliança com o ex-prefeito Cesar Maia (PSDB) em reunião em um hotel em São Conrado.

Ao lado da deputada Benedita da Silva (PT) e do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (PSDB), Siqueira não confirmou a candidatura de Molon. Disse ainda que a aliança no Rio de Janeiro “não será rachada”.

“Nossa aliança é indestrutível. Não podemos ter pequenez. Não acredito que essa frente poderá ser rachada. Acreditamos que encontraremos a solução. Estamos tratando a eleição do Rio de Janeiro na base do diálogo internamente”, afirmou Siqueira.

A participação de Siqueira no lançamento da chapa de Freixo e Maia foi apenas um dos seus compromissos no Rio. O principal objetivo da visita é tentar solucionar a crise entre Molon e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), pela vaga da chapa ao Senado.

Os petistas afirmam que, pelo acordo com o PSB, teriam apoiado Freixo em troca da vaga para tentar o Senado pela coligação. Molon, porém, nega que esse acerto tenha sido feito. Outro complicador é que o deputado pessebista tem bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto para senador, com mais de 10% em todas. Isso o fortalece na disputa. Já Ceciliano tem em torno de 4% e fica entre os últimos colocados.

Defensores de Molon apontam a proximidade do presidente da Assembleia Legislativa do governador Cláudio Castro (PL), que consideram excessiva, para acusar Ceciliano de apoiar o voto Castro/Lula. Nesse cenário, o petista apoiaria a reeleição do mandatário estadual, que é ligado ao presidente Jair Bolsonaro, e o voto em Luiz Inácio Lula da Silva para presidente. Já o grupo de Ceciliano resgatou declarações nas quais o deputado mostrou apoio à Operação Lava Jato e desconfiança em Lula, então sob investigação.

O PT pressiona. Faz ameaças de retirada de apoio a Freixo, para que Molon desista da candidatura. O deputado tem dito em entrevistas e eventos públicos que a postulação é irrevogável.

Durante o lançamento de Freixo e Maia, a deputada Benedita da Silva (PT), que representou o partido no encontro, afirmou que o PT possui uma posição firme e que a estratégia do partido foi traçada em cima de “acordos”. Ela destacou a “importância estratégica” da aliança nacional com o PSB.

“É prioridade para nós manter essa aliança. A nossa posição é uma posição firme, ainda estamos com a nossa convenção a ser fechada. A presença do PT aqui hoje é para reafirmar o compromisso com o PSB a nível nacional e estadual. Isso não é uma questão de ordem pessoal. E uma estratégia que traçamos. Importante para o Brasil e para o Rio de Janeiro. Tudo isso foi feito em cima de diálogo, de acordo, de programa”, afirmou Benedita.

Freixo minimizou as críticas que tem recebido do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e do ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT), pré-candidato pedetista ao governo do Estado.

“Faz parte da política”, disse.

Neves e Paes têm classificado a candidatura de Freixo como extremista e inexperiente no Executivo. Apesar das farpas, Freixo afirmou que os dois devem caminhar juntos em um eventual segundo turno, seja qual for o resultado.

“Não temos dúvida de que as chapas vão caminhar juntas. Por mim, estaríamos juntos agora, mas não foi possível. Respeito a decisão democrática dos partidos. Da minha parte, não haverá nenhuma fala que pregue desunião”, disse.

Freixo afirmou que não há isolamento da chapa. Disse também que a adesão de uma ala do PT que defende o apoio ao ex-prefeito de Niterói não representa o partido.

“Na convenção do PT, foram 52 votos a 3 pela decisão de apoiar a nossa candidatura”, disse.

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