A presidente do PSB na Bahia, Lídice da Mata, afirmou ao jornal Tribuna que o partido aguarda o desenrolar das articulações para pleitear ou não vaga na majoritária do senador Jaques Wagner (PT). Caso a agremiação não seja contemplada na vaga com a cadeira no Senado, com antes dada como certa saída de Wagner. As coisas mudaram, e a meta do PT é manter seus aliados e ceder a cabeça da chapa em alguns estados, focando em eleger o máximo de parlamentares. Caso o senador Wagner se licenciasse para disputar o governo, Bebeto Galvão (PSB) assumiria como primeiro-suplente. Talvez por isso, Lídice garantiu em entrevista ao jornal, que o PSB vai entrar na corrida pela presidência da AL-BA.
“Vamos discutir a questão da AL-BA, que tem tanta importância quanto a chapa majoritária. Os partidos que não estiverem na chapa, defendo que tenham prioridade na eleição da Assembleia”, defende.
Lídice, contudo, afirma que o arranjo depende muito de como vão ficar as definições finais. “Não temos coligações proporcionais. O projeto nacional prioritário do PSB, que está definido na executiva nacional, é priorizar a eleição de bancada e priorizar candidaturas ao governo onde tiver condições objetivas para a eleição. Então, vamos nos concentrar mais na disputa proporcional. Dentro desse contexto, digo que o PSB vai buscar isso aqui na Bahia também. Claro que se aparecer uma oportunidade, vamos lutar por isso. Estamos vendo a chapa com um desenho montado”, analisa.
Lídice também afirmou que a sigla “não é um partido de projeto pessoal” ao rebater um comentário do deputado federal Marcelo Nilo (PSB) sobre as articulações para a próxima eleição. O parlamentar afirmou em uma rádio que “já teria abandonado o barco” caso o candidato do grupo petista na Bahia para 2022 não fosse o senador Jaques Wagner (PT).
Para a deputada, quando o correligionário “fala em mudar de lado, ele fala apenas por si”. “Essa é uma opinião pessoal do deputado Marcelo Nilo, não é do PSB. Até porque, a presença do PSB no governo, não se dá por um projeto pessoal. Se dá por um projeto de esquerda inspirado por Miguel Arraes e Eduardo Campos”, ressaltou.
“O partido tem um projeto de democratização da sociedade baiana e iniciou esse projeto apoiando o governador Jaques Wagner, lá atrás, que fez essa tarefa. Ao nos mantermos no governo, é porque participamos do projeto do governo. Embora tenhamos admiração por Wagner”, completou Lídice.
Na ocasião, Nilo afirmou que apoiou o governo Jaques Wagner enquanto esteve à frente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), mas nunca foi convidado para assumir um cargo político. Apesar das críticas, o deputado declarou ser um admirador de Wagner – contudo, também não descartou, caso seja convidado, uma aliança com o ex-prefeito de Salvador e também provável candidato ao Palácio de Ondina, ACM Neto (DEM). “Se ele me convidar para ser senador, eu vou pensar”.