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Presidente Lula ao lado da presidente do PT Gleisi Hoffmann - Foto: Arquivo/Reprodução
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sexta-feira 18 de novembro de 2022 às 06:23h

Provável ida de Gleisi para ministério abre disputa para presidência do PT; ex-tesoureiro e deputado são cotados

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Após definir os nomes que vão compor o primeiro escalão do futuro governo, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, precisará lidar com a disputa pela presidência da PT, caso a atual ocupante da cadeira, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), seja confirmada ministra. A corrida, com potencial de gerar rusgas internas, tem três prováveis candidatos: os vice-presidentes Márcio Macedo e José Guimarães (CE), que também é deputado federal, e o ex-comandante da sigla Rui Falcão. As informações são de Natália Portinari e Bruno Góes, do jornal O Globo.

O estatuto do PT proíbe o presidente da legenda de acumular outras funções, como a de ministro. Caso Gleisi seja nomeada para o cargo, o vice assume o comando da sigla e tem até dois meses para marcar eleições. A presença de Gleisi na Esplanada é tida como praticamente certa, dado o prestígio que angariou junto a Lula nos últimos anos. Não está claro, porém, qual cadeira ela poderá ocupar no Executivo a partir de 2023. Por ora, há um consenso em relação ao provável processo de sucessão petista: na prática, a escolha será de Lula. O posto é visto como crucial e muito sensível para o presidente eleito. O futuro mandatário do PT vai capitanear a articulação com outras legendas e precisará organizar a militância e os preparativos para as eleições municipais de 2024. Além disso, tem o controle sobre as destinações dos fundos partidário e eleitoral.

— A presidência do PT vai ter um papel de ministério — resume o deputado federal e secretário nacional da sigla Paulo Teixeira (SP).

Pesa em favor de Guimarães o fato de ser ele a assumir a presidência, provisoriamente, no cenário de Gleisi virar ministra. Além disso, o deputado conta com o apoio de seu irmão, o ex-presidente do PT e quadro histórico do partido, José Genoíno. O sergipano Márcio Macedo conquistou a confiança de Lula durante o período em que foi tesoureiro da sigla, de 2015, no auge da Operação Lava Jato, até 2020. Lula considerava fundamental que o titular da cadeira administrasse o caixa do partido sem figurar em escândalos, problema que acometeu outros tesoureiros. Macedo cumpriu a missão, o que o credenciou para atuar como tesoureiro da campanha presidencial do PT neste ano. Nos bastidores, Lula tem emitido sinais de que avalia apoiá-lo.

José Guimarães e Macedo integram a mesma corrente de Lula no PT, a da CNB (Construindo um Novo Brasil). Ambos, entretanto, são vistos por parte dos correligionários como personagens pouco expressivos nacionalmente, sobretudo Macedo. Rui Falcão, por sua vez, tem história na presidência do PT, posto que ele ocupou por seis anos, entre 2011 e 2017. Nesse período, participou dos melhores anos do partido, quando Lula atingiu altos índices de popularidade na presidência da República, e dos piores, ocasião em que a legenda viu boa parte de seus quadros irem para a cadeia, inclusive Lula, alvo da Lava-jato.

Correndo por fora, com menos chances, os nomes dos deputados Reginaldo Lopes (PT-MG) e Paulo Pimenta (PT-RS) também são cotados.

Eleição indireta

A sucessão é delicada porque hoje Gleisi tem respaldo de grande parte da militância do PT, além de ter se tornado peça de extrema confiança de Lula durante o período em que ele esteve preso. O petista já demonstrou a interlocutores que não abre mão de que o próximo presidente da legenda tenha capacidade de manter a unidade do partido.

Caso Gleisi confirme a saída da presidência, integrantes do Diretório Nacional do PT ouvidos pelo GLOBO disseram não acreditar que haverá uma eleição direta, com candidatos disputando o posto no voto. Acreditam que a tendência é ocorrer uma eleição indireta para presidente, principalmente por conta do peso de Lula nesse processo. Nesse caso, o histórico da legenda indica que haverá um debate interno antes da divulgação do nome do próximo presidente, segundo a deputada federal Benedita da Silva (RJ), filiada ao PT desde 1979.

— Gleisi desempenhou um papel muito importante até agora. Seria bem cômodo que ela continuasse na direção do PT — afirmou a parlamentar.Questionada sobre Márcio Macedo, Rui Falcão e Zé Guimarães, os três mais cotados até agora, Benedita disse que ainda não foi procurada por ninguém.<EP,1>— Os três demonstraram que são competentes. É preciso que haja um entendimento — conclui.

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