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domingo 11 de dezembro de 2022 às 18:03h

Protestos no Peru contra nova presidente aumentam após destituição de Pedro Castillo

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Os protestos contra o novo governo do Peru aumentavam neste domingo (11) no interior do país, com manifestações e a convocação de uma paralisação nacional exigindo a renúncia da presidente Dina Boluarte e a convocação de novas eleições.

As mobilizações cresceram em cidades do norte e sul andinos pelo quarto dia, em rejeição ao Congresso e pedindo a libertação do ex-presidente esquerdista Pedro Castillo, destituído no último dia 7.

Milhares de pessoas se reuniram em Cajamarca, Arequipa, Tacna, Andahuaylas, Huancayo, Cusco e Puno, segundo imagens transmitidas por emissoras de TV locais. Em Andahuaylas, onde os protestos deixaram 16 civis e quatro policiais feridos neste sábado, os confrontos entre manifestantes e policiais foram retomados.

Paralisação por tempo indeterminado

Sindicatos agrários e organizações camponesas e indígenas anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira, somando-se aos pedidos de fechamento do Congresso, eleições antecipadas e uma nova Constituição, segundo comunicado da Frente Agrária e Rural do Peru. O coletivo também reivindica a “libertação imediata” de Castillo.

Em Lima, o partido esquerdista Peru Livre convocou uma manifestação para a tarde de hoje na Praça San Martín, epicentro das manifestações políticas no Peru. Lima sempre deu as costas a Castillo, enquanto as regiões andinas se identificaram com ele desde as eleições de 2021.

O Congresso, dominado pela direita, anunciou que iria se reunir nesta tarde para analisar a situação.

“Até agora, a presidente não foi clara sobre a grande questão: estamos em um governo de transição ou estamos diante de uma autoridade que pretende ficar até 2026?”, disse à AFP a analista política Giovanna Peñaflor. “Ela deveria ter claro que seu papel é facilitar as novas eleições gerais, e que esse é o caminho que irá augurar que ela tenha alguma estabilidade que permita que o gabinete atual não seja como os anteriores e acabe sendo relegado.”

Aeroporto de Huancabamba fechado

Na tarde do domingo, 11, a Corporação Peruana de Aeroportos e Aviação Comercial (Corpac) emitiu comunicado sobre o fechamento do Aeroporto de Huancabamba em Andahuaylas, no Peru, devido a atos de vandalismo. O aeroporto fica a 3,4 km acima do nível do mar e recebe voos comerciais na região de altitude.

Manifestantes exigem eleições gerais no país e a renúncia da nova presidente Dina Boluarte, que assumiu o cargo após o Congresso aprovar o impeachment do antecessor, Pedro Castillo. Segundo a mídia local, os protestos, que começaram na quarta-feira, se intensificaram com o saldo de dois policiais sequestrados e pelo menos 20 feridos entre militares e manifestantes. Castillo foi destituído e preso após tentativa de golpe.

O comunicado da Corpac, divulgado no perfil do Ministério de Transportes e Comunicações do governo do Peru no Twitter, diz que a ação dos manifestantes afeta seriamente a pista de aterrissagem e o trabalho das equipes do aeroporto, responsáveis por exercer os serviços de navegação aérea. “Os manifestantes cercam com atos de violência o terminal aéreo onde estão localizados 50 membros da Polícia Nacional e funcionários de nossa empresa”, diz a corporação.

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