As empreiteiras envolvidas em corrupção que negociaram acordos de leniência durante a operação Lava Jato não têm se animado com a possibilidade de pagar uma parte das multas devidas à União com a realização de obras públicas paralisadas. A proposta, conforme Beatriz Bulla, do Estadão, discutida entre Tribunal de Contas da União e governo Lula, é vista como um mau negócio. Empresas alegam que isso gera custo, quando o que elas buscam é o contrário: diminuir os gastos. Por isso, a estratégia de pleitear repactuação dos acordos segue em pé. Além de falta de capacidade de pagamento, advogados das companhias dizem que a proposta não resolve casos em que informações dadas por delatores, usadas para calcular as multas, não se comprovaram na justiça.
Um dos casos mencionados como exemplo é o da acusação de suposta venda de apoio parlamentar por Aécio Neves para beneficiar a Andrade Gutierrez e a Odebrecht na licitação das usinas de Santo Antônio e Jirau. O STF concluiu que a denúncia “genérica” não indicava a possibilidade material de Aécio de agir em favor das empresas.
Há grande expectativa nas empreiteiras com o governo Lula. A avaliação é de que o presidente irá trabalhar para ressuscitar a indústria de construção, em especial as companhias envolvidas na Lava Jato. Durante a campanha, Lula criticou a investigação por não ter garantido a sobrevivência das empresas.
Um amigo de Lula disse a empresários que há dois outros ramos da indústria que o presidente também quer ver florescer: o químico e o farmacêutico.