O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta última quarta-feira (9) a quantidade de promessas não cumpridas pela equipe econômica. Maia e o ministro Paulo Guedes (Economia) travam um embate público após desentendimentos nas negociações de pautas econômicas.
“Acho que não tem agenda. Não tem agenda para a vacina [contra a Covid-19]. Não tem agenda para os mais pobres. Não tem agenda para recuperação econômica, para a geração de empregos. Você consegue fazer um livro com três volumes das promessas que a equipe econômica fez e não colocou nenhuma de pé até hoje”, afirmou Maia.
Maia voltou a cobrar empenho do governo para que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) Emergencial, que prevê medidas temporárias de corte de despesas, seja aprovada no Congresso. O projeto está parado no Senado desde o ano passado.
Em tom irônico, ele disse que levaria um bolo à Câmara em alusão ao período de um ano desde que o governo prometeu votar a PEC. Maia não quis comentar a desidratação da proposta em negociação no Senado, o que reduz os efeitos na economia de despesas públicas.
Ele afirmou estar disposto a colocar o projeto em votação na Câmara em janeiro, se o Senado concluir a análise do texto em dezembro.
Faltando 23 dias para o fim do ano, Guedes afirmou nesta quarta que planeja transmitir um “forte sinal” ainda em 2020 sobre o compromisso com as contas públicas. Segundo ele, a intenção é reduzir subsídios e gastos tributários.
Maia voltou a dizer que não colocará em votação propostas de prorrogação do estado de calamidade e o Orçamento de Guerra, que permitem ao governo, até 31 de dezembro, realizar gastos contra a Covid-19 com regras fiscais mais flexíveis.