Pesquisa realizada pelo Ibope revelou que 91% dos brasileiros da região Nordeste são contrários à liberação da caça de animais silvestres, conforme projeto de lei que voltou a tramitar no Congresso.
A votação foi adiada porque cairia no Dia Internacional da Biodiversidade, terça-feira, mas pode voltar à pauta a qualquer momento nesta semana. Entidades como a ONG WWF-Brasil, de renome internacional, manifestaram repúdio ao projeto de lei 6.268/2016. Um abaixo-assinado online com mais de 500 mil adesões e a participação de outras 700 organizações, parlamentares e celebridades, além da WWF, fortalece a luta para evitar que os animais voltem a ser caçados indiscriminadamente no Brasil.
A sociedade civil organizada também se manifestou contrária ao decreto 9.785/2019, que facilita o porte de armas e a compra de munição, sem a necessária identificação do cliente junto à loja.
Ameaça
Os ambientalistas entendem que o repúdio à caça está diretamente relacionado à rejeição à facilidade na aquisição do armamento. No mundo, hoje, já há um bilhão de espécies ameaçadas de extinção, ou cerca de 25% da fauna em todo o planeta.
O gerente de políticas públicas do WWF-Brasil, Michel Santos, lembrou que grande parte deste percentual tem a participação da biodiversidade brasileira. Acrescentou que ambos os decretos representam um retrocesso “inaceitável”.
‘Se a matança ilegal é uma prática comum, imagina se for liberada!’ afirmou, espantado com o que considera “falta de noção” do projeto de lei proposto.
Em todas as categorias pesquisadas pelo Ibope (gênero, idade, escolaridade, região) o resultado deu mais de 90% da população contrária às agressões contra a natureza.