O Projeto PerifaLAB, criado pelo Coletivo ENEGRECER, em parceria com grupos e coletivos locais, começou suas atividades no dia 17 de janeiro para líderes progressistas da periferia, com o objetivo de melhorar a política brasileira de forma eficiente e competitiva.
A iniciativa busca dar espaço para todos os perfis de pessoas, a fim de acelerar lideranças periféricas que já participam de projetos políticos e sociais em suas comunidades. Com isso, o PerifaLAB procura transformar as pautas políticas para atender a todas as necessidades do país de maneira efetiva.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2020, o perfil médio dos candidatos eleitos no primeiro turno era homem, branco, casado, com ensino superior completo e 49 anos. Além disso, dos eleitos para a prefeitura, 67% se autodeclaram brancos, 32,1% pretos e pardos e 0,2% indígenas. Dos eleitos para as Câmaras Legislativas 53,6% se autodeclaram brancos, 44,7% negros e 0,3% indigenas.
Em contraste a esse cenário, o PerifaLAB conta com 50 participantes entre eles 22 mulheres e 28 homens, com representantes em todas as regiões do Brasil, em que 66% se autodeclaram negros, 34% brancos e 6% indigenas. O projeto conta ainda com outras representatividades, com 28% LGBTQIA+, 4% PCDs e 68% vivem em periferias.
Mattheus Oliveira Silva, Embaixador da Juventude – UNODC/ONU, Cofundador da Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (COJOVEM), Coordenador de Engajamento e Articulação Social no programa Maré tá pras Juventudes e um dos participantes do PerifaLAB, conta que busca no projeto uma formação de qualidade para compartilhar com as juventudes periféricas do Pará, estado em que vive. “Como liderança nortista aqui no Pará, tenho a noção da falta que existe de programas de formação e fortalecimento para nós, juventudes. Somos mais de 1/4 da população no estado, no norte do Brasil, ainda assim, não priorizados por programas e projetos sociais que visem nos fortalecer politicamente”, explica Silva.
“Iniciativas como essa garantem meios práticos para que possamos disputar narrativas sobre nosso próprio território, e de certo, possamos reivindicar uma qualidade de vida mais digna e condizente à nossa realidade”, comenta o jovem.
Rodrigo Mondego, advogado militante dos Direitos Humanos e que também participa do projeto, acredita que o PerifaLAB cria a possibilidade de existir representatividades reais na política. “Essas iniciativas rompem com essa crise de visibilidade de minorias que existe, tendo em vista que a gente tem setores da sociedade totalmente sub representados nas esferas do poder, principalmente no Legislativo”, finaliza Mondego.
Sobre o Projeto
PerifaLAB é uma rede disruptiva de coletivos de periferia independentes, autônomos e apartidários, que visa selecionar, formar, e acelerar quadros favelados, a fim de ocupar estrategicamente os espaços de poder, um centro de formação inédito de produção política, cultural e midiática da favela.
O objetivo do projeto é formar,capacitar e orientar, gratuitamente, lideranças periféricas que querem crescer e se viabilizar para as próximas eleições.
Para mais informações acesse https://www.perifalab.org/