Sensibilizar os agentes públicos que atuam em estruturas como Cras e Creas em mais de dez municípios do Recôncavo Baiano para identificar e combater situações de tráfico de pessoas e trabalho escravo. Esse é o objetivo do Projeto Acolhe Gente, iniciativa da Rede Suas, como é conhecido o Sistema Único de Assistência Social.
A ação conta com a parceria institucional do Ministério Público do Trabalho (MPT), além da Defensoria Pública da União (DPU) e do Governo do Estado da Bahia.
Para o encontro dos dias 22 e 23 de novembro, a Prefeitura de Castro Alves garantiu boa parte da infraestrutura, disponibilizando o Líder Clube Bomfim para realização do encontro de dezenas de assistentes sociais, que seguirá por dois dias. No local, serão apresentados estudos, estratégias de ações e casos concretos. Os participantes terão a oportunidade de acompanhar quatro palestras com abordagens práticas e teóricas capazes de auxiliar o trabalho do dia a dia dos assistentes sociais da rede Suas. Para enfrentar o tráfico de pessoas e o trabalho escravo, o seminário propõe um olhar mais humano e social para o atendimento.
Além do polo do Recôncavo, o projeto Acolhe Gente vai se reunir com profissionais da Rede Suas da Bahia em outras regiões do estado em datas e locais a serem anunciados. Para esses encontros, o projeto produziu cartilhas completas sobre o tema, que serão distribuídas e utilizadas como material de referência. No livreto, produzido originalmente pelo Ministério da Cidadania e adaptado para um formato menor, mas com a mesmo conteúdo, os assistentes sociais terão em detalhes as formas de abordagem, os canais de informação, a rede de proteção e os procedimentos mais indicados para cada situação.
O evento também oferece estrutura de acolhimento, como coffee-break e materiais de apoio. As impressões e os serviços estão sendo custeados com recursos destinados pelo MPT em ações civis públicas. O idealizador do projeto é Admar Júnior, assessor da Secretaria da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Governo da Bahia, para quem “só com uma rede pública de agentes capacitada, é possível ter avanços no combate ao tráfico de pessoas e trabalho escravo”.
Para Márcia Santos, coordenadora de proteção especial da mesma secretaria, “o agente público que atua na assistência social é um importante elemento de transformação, principalmente se estiver inserido nos debates atuais sobre temas como estes que trazemos para discussão”. Além de Admar e Márcia, que apresentam as palestras de abertura durante a tarde do dia 22, o evento contará ainda com outras palestras. Pela manhã do dia 23, o defensor público Ricardo Fonseca apresenta orientações sobre Previdência Social, com foco em aposentadoria rural, tirando dúvidas. Em seguida, será a vez do coordenador do Centro dos Direitos LGBT da Bahia, Renildo Barbosa, apresentar o tema diversidade e inclusão para todas as faixas de gênero.